Parlamento: PAICV classifica 2024 como “pior ano” para saúde mental

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Parlamento: PAICV classifica 2024 como “pior ano” para saúde mental
30/10/24 - 07:44 pm

Cidade da Praia, 30 Out (Inforpress) – O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) considerou hoje, no Parlamento, na Cidade da Praia, que 2024 foi o “pior ano” para a saúde mental, não passando de palestras, marchas dísticas e cartazes.

Uma leitura da deputada nacional Paula Moeda, porta-voz da declaração final da interpelação feita pelo partido à ministra da tutela sobre o sistema nacional da saúde.

Segundo a mesma fonte, ficou provado durante o debate de dois dias, terça-feira e hoje, que a saúde é uma “realidade com promessas não concretizadas”.

Ilustrou a falta de reabilitação do centro terapêutico da Trindade, na Cidade da Praia, como exemplo de um espaço em que “os pacientes e suas famílias tornaram-se reféns da incapacidade deste governo em realizar e cumprir”.

“O ano da saúde mental, 2024, foi o pior ano para a saúde mental. Não passou de palestras, marchas dísticas, cartazes, e nem sequer brindaram o ano com a edificação do novo centro terapêutico da Trindade”, reiterou Paula Moeda, com críticas ainda ao programa que esteve sem coordenação por “muito tempo”.

Para a deputada do PAICV, assiste-se a uma “progressiva degradação dos serviços de saúde”, apesar dos ganhos conseguidos com “muito sacrifício” durante décadas da reconstrução nacional do País, retomados por várias governações.

Esta degradação, afiançou, está indo “claramente em contramão” às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e aos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio.

“Na prática, o Governo não está a cumprir com a Constituição, não está a cumprir com a OMS, não cumpre com os cabo-verdianos, nem tampouco cumpre com ele próprio, com as suas próprias promessas”, lançou.

A eleita vai mais longe nas suas críticas e apontou diversos projectos por concretizar e ainda negligências verificadas recentemente, até no combate à dengue, que, como disse, não teve uma atitude assertiva do executivo logo no início, que se preocupou somente em deitar as culpas na Câmara Municipal da Praia.

“Resultado, contamos já com mais de oito mil casos oficiais registrados, sem contar com outros milhares de que não há registro”, sustentou.

Paula Moeda referiu ainda ao tratamento que está a ser dado aos profissionais do Sector, que, considerou, precisam ser enaltecidos nos serviços e não somente no parlamento, tal como disse que a ministra da Saúde tem estado a fazer.

“Esses heróis e brilhosos que você os apelida cá dentro, precisam de mais dignidade e observação dos seus direitos, para não estarem recorrentemente nas ruas, em marchas e manifestações, ou em greves no País inteiro”, recomendou.

Daí o apelo à ministra para fazer “mais pontes e menos muros”, por forma a que “todos contribuam para melhores respostas públicas”.

LN/JMV

Inforpress/Fim 

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