Cidade da Praia, 18 Abr (Inforpress) – O mentor de homens e do projecto "Homem Consciente”, Artur Cardoso, avançou hoje que quer expandir a reflexão sobre a ideia da masculinidade tóxica para outras comunidades no país, considerando ser um tema “urgente e necessário”.
Artur Cardoso falava em declarações à Inforpress, momentos antes do terceiro encontro de conversa e reflexão sobre “Masculinidade Tóxica e Desconstrução do Machismo”, a decorre no Palácio da Cultura Ildo Lobo.
A escolha deste tema reflecte, segundo este palestrante, a urgência de se discutir os padrões culturais e sociais que alimentam comportamentos nocivos não só dos homens, mas também das mulheres, famílias e toda a comunidade.
Após outros encontros, o terapeuta comportamental disse notar que a sociedade está “sedenta” por espaços como este, “de escuta, de cura, de educação e de transformação”, por isso é que organizaram mais um encontro.
“Mais do que uma necessidade, percebemos que existe hoje uma verdadeira vontade colectiva de revisitar os conceitos de masculinidade e de reconstruí-los com consciência, responsabilidade e empatia”, enfatizou.
O também psicanalista considerou que estes espaços estão a impactar a vida das pessoas e que a ideia é continuar a promover iniciativas deste género junto da nova geração de homens e mulheres que não aceitam o “silêncio nem a violência emocional” como norma, e que querem fazer parte desta mudança.
Para o futuro, Artur Cardoso salientou que estão a preparar o lançamento de um projecto em Santiago Norte, assim como nas outras comunidades periféricas, onde o diálogo sobre masculinidades, emoções e comportamentos é ainda “mais urgente e necessário”.
Para isso, avançou que já estão a desenvolver um projecto complementar “Reflexão e Transformação Comunitária”, que está em andamento, visando criar espaços de escuta activa, formação e empoderamento que permite promover não só a desconstrução de padrões nocivos, mas também o fortalecimento de vínculos e valores comunitários.
“Acreditamos que transformar mentalidades é também transformar comunidades, e é com esse propósito que seguimos firmes, ampliando o alcance deste projecto, reforçando a missão de criar uma sociedade mais consciente, justa e humana”, sublinhou o psicanalista.
Este terceiro encontro conta com a participação do procurador da República António Andrade, que fala numa perspectiva jurídica e institucional sobre os impactos da masculinidade tóxica, e do sociólogo e professor Redy Wilson Lima.
Conta ainda com o depoimento da activista, uma mulher sobrevivente de uma relação tóxica e abusiva, que conta sobre a sua dor, superação e cura, Júlia Rodrigues.
O projecto "Homem Consciente" tem como objectivo principal promover a auto-reflexão, a responsabilização emocional e a desconstrução de padrões machistas entre homens.
A visão é construir uma sociedade onde a masculinidade esteja alinhada com o respeito, a empatia e a equidade.
DG/ZS
Inforpress/Fim
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