Pró-reitora da Uni-CV destaca literatura como ferramenta de resistência em intercâmbio académico com Brasil

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Pró-reitora da Uni-CV destaca literatura como ferramenta de resistência em intercâmbio académico com Brasil
04/12/24 - 01:20 pm

Cidade da Praia, 04 Dez (Inforpress) –  A pró-reitora da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) destacou hoje a literatura como ferramenta de resistência durante o intercâmbio académico entre Cabo Verde e Brasil, e destacou o papel dos escritores na luta contra colonialismo e racismo.

Em declaração à imprensa, no âmbito do IV Seminário Internacional Caminhos Amefricanos, Fátima Fernandes considerou que o seminário terá como foco a importância da literatura africana de língua portuguesa e o papel dos escritores na luta contra o colonialismo e o racismo. 

“Ao longo da história, sobretudo a nível dos países africanos de língua portuguesa, foram pontuando essa questão e traçando, portanto, um percurso dentro desses caminhos africanos. Nós vamos encontrar nos textos literários uma riqueza enorme de situações em que se coloca essa desigualdade, traçam-se as características culturais de África e o caminho que os escravos foram desenhando, defendendo a cultura e a identidade africana”, afirmou Fátima Fernandes.

A pró-reitora referiu-se ainda à importância da Casa dos Estudantes do Império, um “grande espaço” de construção de escritores de língua portuguesa, em Portugal, que se reuniram para discutir temas relacionados ao racismo e à desigualdade.

“Nós todos conhecemos casos de Hamilton Cabral, Francisco Zé Ferreiro e outros, e que, portanto, hoje nos dão conta, graças a eles, nós temos esse viés literário sobre essa questão da desigualdade, a questão do racismo, a questão da quebra das nossas identidades, por exemplo, pelo conceito relativamente às línguas maternas”, disse a pró-reitora. 

Além da reflexão sobre a literatura, Fátima Fernandes abordou a relação histórica entre Cabo Verde e o Brasil, um vínculo marcado pela migração dos primeiros habitantes do arquipélago para o Brasil, que resultou numa mestiçagem “extremamente rica”.

Segundo a mesma fonte, a história comum entre esses dois países tem sido um ponto de conexão e consolidada ao longo do tempo, particularmente por meio dos intercâmbios académicos.

No contexto do seminário, Fátima Fernandes explicou a importância do intercâmbio académico entre a Uni-CV e as universidades brasileiras, que tem como objectivo “empoderar e potencializar o conhecimento” sobre as questões de África nos dois países.

Destacou igualmente o “papel crucial” dessa troca de saberes para a promoção nas gerações uma atitude “mais proactiva e positiva” relativamente à luta contra as desigualdades raciais, desigualdades de comportamentos e atitudes em diferença social.

O evento decorre até o dia 13 e reunirá uma delegação composta por 50 estudantes selecionados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e seis professores de instituições brasileiras parceiras, num esforço conjunto para explorar e aprofundar o entendimento das culturas africana, afro-brasileira e cabo-verdiana.

JBR/AA

Inforpress/Fim

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