Mindelo, 30 Jan (Inforpress) – O primeiro-ministro considerou que em África, um continente com população jovem, a urgência da redução da pobreza e do desenvolvimento sustentável exige respostas fortes e consistentes no tempo a nível da educação e qualificação profissional.
Ulisses Correia e Silva defendeu esta ideia na 3.ª Cimeira Itália-África, na segunda-feira em Roma (Itália), num encontro que decorreu sob o tema deste painel, Formação Profissional e Promoção Cultural e que contou com a presença de líderes europeus e africanos.
Segundo o chefe do Governo, a qualificação profissional é “determinante” para o desenvolvimento sustentável. No seu entender, a taxa elevada de acesso à educação e de frequência no sistema de ensino, do pré-escolar ao universitário, é o melhor instrumento para quebrar o ciclo vicioso da pobreza que se transmite de pais para filhos e para criar oportunidades económicas e sociais.
“Qualificação profissional cria oportunidades de emprego digno e de empreendedorismo, principalmente para os jovens e para o objectivo de igualdade e equidade de género. Educação e qualificação profissional com base alargada, aumenta o potencial de crescimento económico e de desenvolvimento humano”, frisou.
Para o governante, o número de crianças fora do ensino pré-escolar, o número de jovens fora do ensino e fora da formação, o abandono escolar e os resultados da aprendizagem em África são uma grande preocupação e um constrangimento ao desenvolvimento sustentável.
Pelo que, sustentou, “o fosso entre os países ricos e os países pobres não está nos recursos naturais e minerais, nem nos patrimónios construídos”, mas “na economia do conhecimento e na economia da aprendizagem”.
Para Ulisses Correia e Silva, são essas “evidências que colocam a educação e a formação no topo das prioridades”.
“A África não pode passar ao lado da nova era da transformação digital, da economia digital e da inteligência artificial. São áreas que exigem conhecimento, qualificação profissional, aproveitamento de talentos e da capacidade de inovação dos jovens”, argumentou, acrescentando que se deve incluir todos os sectores da actividade, desde a agricultura à saúde, desde as pescas às indústrias mais sofisticadas.
Conforme o primeiro-ministro, é nesse sentido que em Cabo Verde criou-se cursos formatados para níveis de habilitação que vão desde o sexto ano de escolaridade à reconversão profissional de licenciados.
“Orientamos a formação profissional para a oferta de cursos que vão desde as oficinais à hotelaria e turismo, energias renováveis à manutenção industrial, indústrias criativas ao digital, centros de formação em mecânica automóvel a parques tecnológicos e data centres”, enumerou.
Para Ulisses Correia e Silva, com isso construiu-se um ecossistema para a promoção do emprego e empregabilidade que integra a assistência técnica, a formação profissional, estágios profissionais remunerados, certificação das profissões, linhas de crédito bonificadas, com sistema de garantias e fiscalidade favorável para garantir que a formação se transforme em empreendedorismo e emprego.
CD/ZS
Inforpress/Fim
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