Presidente da República alerta para a necessidade de divulgação das potencialidades da Cidade Velha

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Presidente da República alerta para a necessidade de divulgação das potencialidades da Cidade Velha
18/07/24 - 09:39 pm

Cidade da Praia, 18 Jul. (Inforpress)O Presidente da República alertou hoje para necessidade de divulgação e consciencialização da Cidade Velha enquanto Património Mundial da Humanidade, visando a construção e a projecção da sua “extraordinária riqueza”.

José Maria Neves lançou este desafio durante o encerramento de uma “Conversa Aberta”, no Palácio São Pedro, na qualidade de Champion da União Africana para a Preservação do Património Natural e Cultural de África e Patrono da Aliança da Década do Oceano, em que participaram especialistas e actores da conservação do património, associações, investidores locais e a população local.

Enquanto protector e guardião, este estadista e vigilante, para quem ficou provado a necessidade de mais espaço de debates de natureza, disse que “os oceanos reguladores da vida estão ameaçados e ameaçam também a vida das mulheres e dos homens que dependem da sua biodiversidade”.

Ao considerar que mais de 99 por cento (%) do território cabo-verdiano é constituído pelo mar, o chefe de Estado enalteceu “a necessidade de uma grande negociação para se poder desvendar toda a riqueza que está no subsolo”, consciente que isto suscita problemas, conflitos e dificuldades, face a todo o percurso da Cidade Velha.

“Para valorizarmos a Cidade Velha é necessário acordarmos sobre um conjunto de acções que devem ser levadas a cabo entre o poder central, o poder local, as empresas e a própria sociedade”, referiu Neves, que considerou fundamental o diálogo entre o poder central e local para a aceleração da produção de políticas públicas que garantam esta protecção.

Num ano em que a Cidade Velha assinala 15 anos como património Mundial da Humanidade pela UNESCO, o mais alto magistrado da Nação avisou que na formação dessas políticas públicas têm de haver o equilíbrio entre o interesse público, o bem comum e o interesse da sociedade e dos diferentes cidadãos.

“Compatibilizar tudo isto não é fácil. É por isto que exigiria eventualmente um conselho de personalidades, da sociedade civil, etc, integrando os cidadãos, o IPC, a Câmara Municipal, universidades, igrejas (a católica que é mais interessada tendo em conta o nível do património religioso construído na Cidade) para criarmos pontos de convergência”, frisou.

Para o promotor desta conferência, que tem a juventude no centro das suas missões, a história da Cidade Velha, enquanto berço da Nação cabo-verdiana, precisa ser mais aprendida e melhor apreciada e compreendida.

As campanhas de escavações arqueológicas, alega, continuam a provar que a Cidade Velha ainda não revelou toda a amplitude da sua riqueza.

Para José Maria Neves todos os actores, designadamente investigadores, investidores, moradores, construtores e visitantes de entre outros devem ser sensibilizados quanto às normas de protecção, para que não se apague a paisagem histórica urbana da cidade, admitindo, entretanto, a existência de rejuízos enormes como duas casas construídas sobre o Palácio Episcopal.

O painel do debate teve como conferencista o sociólogo Nardi Souza e o biólogo especializado em gestão de recursos naturais Isildo Gomes, e esteve sob a moderação da jornalista Margarida Fontes.

SR/JMV

Inforpress/Fim

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