Cidade da Praia, 10 Ago (Inforpress) – O presidente da Pró-Praia, José Jorge Pina, criticou hoje a implementação de parquímetros e cobrança de estacionamentos na Praia, defendendo que a capital não dispõe, neste momento, de condições estruturais para tal medida.
Em declarações à Inforpress, sobre a petição lançada por um morador da zona de Palmarejo para isentar os residentes dos parquímetros instalados na zona, José Jorge Pina defendeu que antes de qualquer regulação ou tarifa, o município deve investir em alternativas acessíveis de estacionamento gratuito para os residentes.
“Sempre fomos a favor de primeiro criar condições para estacionamento gratuito, alternativas, e depois, quando tiver todas as alternativas e um território ordenado, pode criar espaços especializados para regularizar, como é o caso do estacionamento que, claramente, precisa de regulamentação”, pontuou o líder.
Para a mesma fonte, a cobrança prejudica a cidade, especialmente, em zonas onde não há planeamento urbano, considerando que a medida não deve ser adoptada em todas as localidades enquanto não houver condições para a oferta de estacionamentos alternativos pela cidade.
Outra crítica deixada pela Pró-Praia, tem a ver com a cobrança de estacionamento no aeroporto da Praia, o único em Cabo Verde, assinalou, em que a tarifa é aplicada, propondo, na sequência, a suspensão imediata do pagamento.
“Uma empresa nacional só cobra estacionamento na cidade da Praia. Isso não é possível, o que fizeram com o aeroporto na Praia é inconstitucional, espero que os advogados, pelo menos o santiaguense, debatam sobre isso”, posicionou-se, reconhecendo a necessidade de uma regulação.
“Todas as ilhas de Cabo Verde, excepto Brava e Santo Antão, têm aeroportos. Os aeroportos têm estacionamentos excelentes, especialmente nas cidades onde a ASA é amigável. Mas eles não cobram estacionamento, apenas na cidade da Praia”, contestou.
José Jorge Pina defendeu um regime especial de isenção para residentes e trabalhadores da cidade e a criação de parques de estacionamento em zonas estratégicas.
“Sou contra a criação de mais estacionamentos enquanto não houver soluções para o cidadão. Propusemos há anos um parque atrás do antigo prédio do antigo edifício dos Negócios Estrangeiros até a Praia Negra”, relembrou, avançado que a tarifa pode ser mínima e o espaço tem grande potencialidades para um parque de estacionamento.
Disse que além dos estacionamentos, a capital tem sido negligenciada nas áreas de infra-estrutura, saúde, saneamento e bem-estar urbano, com ausência de um hospital moderno, de centros de convenção, parques industriais e até de um planeamento urbano.
“Nada é dado à Praia, apenas exigido. Aqui se paga mais, vive-se com mais “stress”, mais doenças e, ainda assim, a cidade não recebe os investimentos que merece como capital”, frisou, reforçando a necessidade de implementar efectivamente o estatuto administrativo especial da Praia.
LT/HF
Inforpress/Fim
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