PAICV/Congresso: “Precisamos do partido no seu todo sem divisões ou subtrações” – Pedro Pires

Inicio | Política
PAICV/Congresso: “Precisamos do partido no seu todo sem divisões ou subtrações” – Pedro Pires
28/06/25 - 09:00 am

Cidade da Praia, 28 Jun (Inforpress) - O antigo Presidente da República e ex-presidente do PAICV Pedro Pires encorajou os militantes e simpatizantes do partido a “se unirem cada vez mais”, porque “todos precisam do PAICV no seu todo, sem divisão ou subtração”.

Pedro Pires fez essa exortação na noite de sexta-feira, 27, na cerimónia de abertura do 18.º Congresso Nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) perante delegados vindos das diferentes ilhas do país e da diáspora, e individualidades nacionais estrangeiras.

Na ocasião, Pires saudou o novo presidente eleito do PAICV, Francisco Carvalho, desejando-lhe sucessos, trabalho e muita sabedoria.

Da mesma forma, cumprimentou o presidente cessante, Rui Semedo, companheiro, conforme disse, de “muitas batalhas” nesses 50 anos, enaltecendo o seu trabalho e a sua postura enquanto líder, que “possibilitou a vitória” do partido nas últimas eleições autárquicas.

“Nós precisamos do PAICV no seu todo. Não há quem é mais PAICV ou quem é menos PAICV. Há militantes do PAICV. Costumo dizer que na política só conheço duas operações: somar e multiplicar. Não conheço a subtração e a divisão. Estão excluídos do meu vocabulário e da minha perspectiva”, estimulou.

Partilhando a sua experiência, já que se está a celebrar 50 anos da Independência de Cabo Verde, Pedro Pires referiu que 05 de Julho é “a hora zero”, momento em que o país ultrapassa a condição de colonizado, muda de colónia para Estado soberano.

O momento, continuou, da fundação da República de Cabo Verde e que os militantes do PAICV não devem ter “vergonha do regime de partido único, mas orgulho”.

“Isso não se repete, da mesma forma que a criança não nasce duas vezes. A independência significa que assumimos as responsabilidades em relação ao futuro do nosso país. Se ocorresse mal, estávamos mal. Se ocorresse bem, estaríamos bem”, lançou.

Portanto, concretizou, foi a audácia de assumir a responsabilidade pelo futuro, “pela nossa vida, por tudo aquilo que diz respeito ao nosso país”, num contexto “catastrófico, extremamente complicado”.

“Fomos sinceros, fomos honestos, com os cabo-verdianos. Prometemos muito trabalho, muito empenho, sinceridade, lealdade e honestidade. E assim avançamos, conseguimos superar as dificuldades e criar condições para que Cabo Verde se desenvolvesse, com o apoio de amigos, organizações internacionais e assim sucessivamente. Essa experiência é fundamental porque nós temos de dizer a verdade às pessoas”, observou, citando, por outro lado, alguns “pontos críticos” do percurso do PAICV.

Falando das várias reformas realizadas, na altura, Pedro Pires contou que se chegou ao ponto de entendimento de mudança do regime, cuja reforma, assegurou, foi conduzida pelo próprio partido que estava no poder.

“Essa é a coerência que muita gente não gosta de ouvir, e diz que não. O mesmo que diz: vamos mudar isso, é o mesmo que lidera a transição. Mais honestidade que isso, não há, mais coerência que isso, não há, mais maturidade política que isso, não há. Muita gente no PAICV tem complexo de partido único, não tem que ter complexo (…) devemos ter é o orgulho”, disse.

Ao partilhar essas e outras experiências, Pedro Pires disse que há que interpretar a história corretamente.

Por fim, disse que, sempre pensando em Cabo Verde, o Instituto Pedro Pires para a Liderança (IPP) foi criado para formar líderes.

O Congresso do PAICV, o primeiro após o processo autárquico de 2025, acontece nas vésperas da celebração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde.

Este considerado “importante momento político” do PAICV, reunindo 512 delegados, decorre no Centro de Convenções da Uni-CV, no Palmarejo, durante três dias, devendo terminar no domingo, 29.

SC/AA

Inforpress/Fim

 

Partilhar