Praia: Fundadora “Jardim dos Afectos” sonha com espaço próprio adaptado à terceira idade (c/áudio)

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Praia: Fundadora “Jardim dos Afectos” sonha com espaço próprio adaptado à terceira idade (c/áudio)
17/06/24 - 08:21 pm

Cidade da Praia, 17 Jun (Inforpress) - A fundadora do lar de idosos, denominado “Jardim dos Afectos”, manifestou hoje o desejo de construir um espaço de raiz adaptado à terceira idade, e pede apoio do governo, instituições e toda a gente para a realização desse sonho.

Leonilde Ribeiro manifestou esse desejo em entrevista à Inforpress, referindo que o espaço onde se encontra instalado o “Jardim dos Afectos”, na Rua Flor di Brava, no Meio da Achada Santo António, é arrendado e não possui o conforto ideal e desejável aos idosos, dado a barreiras arquitectónicas, embora tenha realizado várias adaptações visando o bem-estar e melhor comodidade dos que ali habitam.

“Aqui no Jardim dos Afectos procuramos acolher os nossos idosos da melhor forma, porque pensamos que a afectividade e o carinho é a base para uma boa integração. Cada pessoa é uma pessoa”, enfatizou, indicando que actualmente o lar alberga 28 idosos, homens e mulheres, distribuídos em dois lares, sendo o outro espaço de acolhimento localizado na Cidadela, este para pessoas com menos dificuldades ou mobilidade reduzida.

Pelo que o “grande sonho” é construir um espaço onde possam estar todos, a conviver e interagir entre si.

“E onde não existam barreiras arquitectónicas. Porque há pessoas idosas que não conseguem andar, outras em cadeiras de roda… Por isso, tive de separar os que conseguem subir e descer escadas, locomover-se um bocadinho melhor, levando-os para o espaço em Cidadela para se poder trabalhar melhor, de acordo com a situação de cada um”, assinalou, informando que a instituição de solidariedade social sem fins lucrativos, já soma 12 anos de existência.

“Quero construir um espaço de raiz. Tenho vontade, mas sozinha não consigo, porque é um empreendimento grande. Tenho que procurar ajuda. E, preciso que a Câmara Municipal da Praia me liberte com a licença de construção… abrirem-me as portas”, apelou, mencionando que a maior parte dos residentes da instituição, no Meio de Achada, são cadeirantes, idosos com Alzheimer, AVC, hipertensão e outro tipo de doenças comuns da idade.

Conta ainda, que além desses idosos a instituição alberga pessoas que não são idosas, caso de um rapaz, por exemplo, de 33 anos que tem problemas de saúde e precisa de cuidados.

“Então preferem tê-los aqui, pelo menos são cuidados 24/24 horas, do que estar em casa sozinhos ou sob o olhar da vizinhança. Tem sempre alguém que os vem ver, também através de vídeo chamadas”, comentou, indicando que as visitas são todos os dias das 14:00 às 18:00.

Segundo Leonilde Ribeiro, lidar com a terceira idade não é tarefa fácil, exige muita paciência e não é para todas as pessoas.

“Lidar com a terceira idade não é fácil. Precisamos ter muita paciência, muita paciência mesmo e não é para todas as pessoas. Também tenho aqui a minha mãe. Têm comportamentos tipo criança… é um trabalho que a gente não vê evolução. Deve ser desempenhado com afectividade, mais com o coração do que com a razão”, exteriorizou.

Indicou que a nível dos recursos humanos, o centro dispõe de um médico, uma fisioterapeuta, e uma enfermeira, entre cozinheira, empregada de limpeza e ajudantes que dormem com os idosos e os assistem, diariamente, na sua higiene pessoal e outros cuidados, sendo ao todo 16 colaboradores.

Leonilde Ribeiro conclui, reiterando que o sonho é ter um espaço próprio, com condições para as pessoas que lá estão e outras que hão-de vir no futuro.

“Vou conseguir… não sei como. Vai-me tirar energias, mas vou conseguir”, rematou.

SC/CP

Inforpress/Fim

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