Cidade da Praia, 07 Mai. (Inforpress) - O emblemático Bairro Craveiro Lopes completa, a 28 deste mês, o 70º aniversário natalício, pelo que a comissão organizadora das festividades tem programado uma série de actividades, enquanto reclama o “abandono” pelas autoridades locais do jardim da praça.
Ao que apurou a Inforpress junto de José Gomes “Bréu”, da Comissão Organizadora, as actividades desportivas, culturais, religiosas e recreativas iniciam-se na quinta-feira, 09, com um torneio de futebol denominado “Copa Bairro” que se estende até 27 do mês em curso, torneio de basquetebol de rua 3x3 de 17 a 29 do corrente e, a Feira de Gastronomia e jogos recreativos na Praça Central, que vai de 23 a 26.
Um “Mini Desfile do Carnaval” (homenagens, história e cultura) anima a rua Pedonal desta localidade na tarde do dia 25, estando o final do dia reservado a uma “Noite de Gala e Homenagens” no polidesportivo local, ao qual se segue, no dia seguinte, “Uma Roda de Conversa sobre Bairro” sobre a temática história, valores e continuidade e “Pagode e valências do Bairro”.
O dia 28, em que se comemora o 70º aniversário da sua inauguração pelo 12º Presidente da República de Portugal, o general Francisco Higino Craveiro Lopes, vai ser dedicado a uma missa na mítica “Capela do Bairro”, seguida de uma actividade cultural denominada “Bairro Tempo Sabi” ao longo da noite na praça central, por forma a marcar o encerramento da comemoração com um mini festival.
Inaugurado a 28 de Maio de 1954, em consequência do desastre da Assistência, em 1949, que vitimou 232 almas, o Bairro Craveiro Lopes é referenciado como a primeira zona urbanizada da capital, logo a seguir ao Platô.
O Bairro Craveiro Lopes nasceu já edificado de raiz, totalmente urbanizado com ruas calcetadas, casas alinhavadas e electrificadas, com duas praças, uma escola primária, uma capela em honra a Santa Filomena, posteriormente (re)baptizada de Imaculada Conceição, munida de catavento, um posto sanitário, um fontanário, um jardim/floresta ambiental totalmente equipada e balneário municipal, entretanto desativada na Primeira República, entre outras infra-estruturas.
Um “majestoso monumento” que outrora se afigurava como a sua imagem de marca e parte importante da história de Cabo Verde foi o seu maior património destruído pelas autoridades de então, depois da independência nacional, durante o período partido único, assim como a sua tradicional floresta ambiental, o que provocou algumas tensões entre os moradores e a classe política dessa época.
A localidade beneficiou em tempos da transformação de uma placa desportiva num polidesportivo coberto, fruto de uma parceria público/privada e viu o seu antigo cinema transformado em um centro paroquial.
O Bairro Craveiro Lopes foi dotado em Janeiro de 2021 de obras de requalificação, há muito reclamadas pelos moradores, que culminaram com a modificação de todo o calcetado para asfaltagem, renovação de candeeiros eléctricos, bancos de praças e jardins e, construção da rua pedonal.
Passados três anos da sua inauguração, os moradores reclamam que o jardim da praça central encontra-se totalmente abandonado, pelo que a viva cor verde de outrora, aparenta actualmente um montão de lenhas, por falta de rega, culpabilizando a Câmara Municipal da Praia pelo sucedido.
Contrariamente ao jardim da praça, as arvorezinhas que embelezam a localidade encontram-se em grande estado de conservação, “bem vivinhas”, já que por se situarem defronte de cada uma das casas, os próprios moradores assumem as suas regas.
Com a construção do Centro de Saúde de Achadinha, entretanto desactivado face à insegurança da estrutura, a localidade acabou por ficar desprovida dos serviços de saúde, já que o emblemático edifício do Posto Sanitário se encontra há muito cerrado, outra queixa da população local que clama por um aproveitamento desta infra-estrutura.
SR/ZS
Inforpress/Fim
Partilhar