PR exalta diáspora como “património vivo que se deve valorizar e integrar no desenvolvimento nacional”

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PR exalta diáspora como “património vivo que se deve valorizar e integrar no desenvolvimento nacional”
18/10/25 - 02:15 pm

Mindelo, 18 Out (Inforpress) - O Presidente da República, José Maria Neves, destacou hoje a diáspora como um “património vivo que se deve valorizar e integrar cada vez melhor no desenvolvimento nacional”, sublinhando a sua importância no Dia da Cultura e das Comunidades.

Na sua mensagem alusiva à efeméride, o chefe de Estado enalteceu a qualificação inédita da selecção nacional de futebol, os “Tubarões Azuis”, para o Mundial de 2026, considerando que o feito representa a “conjugação mais perfeita” da cultura e das comunidades.

José Maria Neves afirmou que o “feito extraordinário”, que coloca Cabo Verde como o segundo país mais pequeno a qualificar-se para um Campeonato do Mundo, é “um milagre” e um “gesto de diplomacia e de afirmação nacional” que se deve à força da cultura cabo-verdiana.

Segundo José Maria Neves, foi graças ao “cimento da identidade nacional e à preservação dos seus traços essenciais na 11.ª ilha” que se pôde construir, unindo talentos das ilhas e da diáspora, a selecção nacional.

“Celebremos, pois, e reconheçamos o papel fundamental dessa diáspora — esse braço estendido de Cabo Verde, que, espalhado pelo mundo, leva consigo a força, o talento e o amor à terra”, frisou.

Para o Presidente da República, esta “fórmula vitoriosa” no desporto é também metáfora do que Cabo Verde pode alcançar em outros domínios.

“O nosso capital humano, disseminado pelos cinco continentes, é vasto e precioso — um património vivo que devemos valorizar e integrar cada vez melhor no desenvolvimento nacional”, vincou, referindo que o contributo dos cabo-verdianos do mundo tem sido “constante e insubstituível”.

No seu entender, Cabo Verde deve reforçar e reinventar a sua relação com a diáspora, tornando-a mais eficaz, dinâmica e mutuamente enriquecedora.

Só assim, reforçou, se poderá consolidar uma ligação que una experiências, valores e talentos em prol do progresso e da projecção global da Nação.

Conforme a mesma fonte, a cultura e as comunidades, juntas, são “o coração pulsante do desenvolvimento” de Cabo Verde. Por isso, considerou que o futuro do País “será tanto mais promissor quanto melhor se souberem transformar esta riqueza imaterial em energia para o progresso e em força motriz de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável”.

Na sua mensagem, o PR aproveitou, igualmente, para saudar o escritor Germano Almeida, Prémio Camões 2018, e recentemente distinguido, em Lisboa, com o Prémio Literatura na Gala da Lusofonia 2025.

Também enalteceu a criança de origem cabo-verdiana residente em Londres, Lauryn Rose Cabral Teixeira, reconhecida entre as 100 Crianças Prodígio Mais Notáveis do Mundo no Parlamento britânico e laureada nos Make a Difference Awards 4 da BBC.

O PR prestou ainda homenagem aos artistas que faleceram no último ano, mas cujas obras permanecem vivas no coração da Nação”, casos de Romeu di Lurdis, José Paris (Zé Paris), Zito de Codê di Dona, Vaiss, Kiki Lima, Antonito Sanches, Carlos Germana (Djurumani), entre outros.

José Maria Neves também fez um apelo para que “esta maré de união” que hoje envolve os cabo-verdianos e impulsionada pelos Tubarões Azuis”, se converta num “djunta-mon nacional” (interajuda) “em torno de outros grandes desígnios”.

“Melhorar a saúde, fortalecer a educação, prestar serviços finais de qualidade aos cidadãos e promover o crescimento inclusivo e com qualidade ambiental”, escreveu José Maria Neves, aconselhando à celebração das conquistas olhando também para o futuro com “coragem, solidariedade e engenho”.

“Neste cinquentenário da independência nacional, celebremos não apenas o que somos, mas o que continuamos a sonhar. A cultura e as comunidades são o fio condutor dessa travessia colectiva rumo a Cabo Verde 2075 — mais unido, mais inovativo, mais próspero e mais justo”, pediu o PR, desejando que “Cabo Verde continue a ser, no meio do Atlântico e do mundo, um farol de dignidade, de criatividade, de audácia e de esperança”.

CD/CP

Inforpress/Fim

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