Lisboa, 09 Out (Inforpress) – A residência artística “Affective Ecologies” (Ecologias afectivas) reúne artistas dos PALOP, incluindo Yuran Henrique, de Cabo Verde, no ano do centenário de Amílcar Cabral, para reflectir sobre a relevância contemporânea do pensamento cabralista.
Neste ano que também se comemora os 50 anos do 25 de Abril, é através do projecto “Affective Ecologies” que o Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebe essa reflexão artística sobre o legado do “pai” das independências de Cabo Verde e Guiné-Bissau.
A residência artística, de acordo com informações dos Serviço de Comunicação Fundação Calouste Gulbenkian, além do cabo-verdiano Yuran Henrique, reúne mais três artistas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sendo Carla Rebelo (São Tomé e Príncipe), Carina Capitine (Moçambique) e Wyssolela Moreira (Angola).
“Vão reflectir sobre a visão de Cabral relativamente a práticas sustentáveis e abordagens holísticas ao desenvolvimento. O programa intensivo da residência assenta na colaboração orientada para a criação de modelos de acção e reflexão sobre processos criativos e artísticos, e pretende potenciar a projecção internacional dos artistas que têm entre 25 e 35 anos”, explicou.
Conforme a mesma fonte, com a curadoria de Cindy Sissokho e Paula Nascimento, e direcção artística de Mónica de Miranda, os artistas seleccionados para esta residência vão criar trabalhos que exploram a intersecção entre a arte, a ecologia e a resistência, em linha com o pensamento de Cabral sobre a liberdade, independência e justiça social.
Entre os quatro artistas em residência, Yuran Henrique, natural de Cabo Verde, explora o potencial de materiais como tecidos, aço e pigmentos para a criação das suas obras, promovendo reflexões sobre percepção e representação, que questionam formas hegemónicas de conhecimento.
A residência “Affective Ecologies” é apoiada pela Fundação Gulbenkian e pelo Hangar – Centro de Investigação Artística, e analisa os contributos de Amílcar Cabral nas revoluções anticoloniais, nas afirmações culturais africanas, na libertação nacional e na resistência.
Os trabalhos realizados durante a residência serão apresentados no dia 16 de Outubro, no Centro de Arte Moderna Gulbenkian, inseridos num programa público dedicado ao pensamento de Amílcar Cabral.
DR/CP
Inforpress/Fim
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