Portugal: Livro “O Campo de Concentração do Tarrafal” traz propostas ousadas para sua reabilitação – apresentador

Lisboa, 30 Out (Inforpress) – O livro “O Campo de Concentração do Tarrafal (1936-1954), de José Soares e Luís Gomes, traz propostas ousadas para a sua reabilitação e para a memória, defendeu hoje, em Lisboa, o apresentador da obra José Soares.

José Pedro Nunes Soares fez esta consideração à Inforpress após conduzir a sessão de apresentação da obra que tem como sub-título “História e uma proposta de reabilitação urbana”, que teve lugar nas instalações do Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em Lisboa (Portugal).

“A obra traz propostas ousadas para a sua reabilitação. É uma proposta de reabilitação de todo o espaço com base num triângulo histórico, urbanístico e arquitectura. Fizeram as suas propostas, agora caberá aos investigadores, estudiosos e a quem de direito saber se deverá ou não acolher e absorver estas propostas”, disse.

Acrescentou que as propostas apresentadas pelos autores, sendo um historiador e outro arquitecto, são baseadas no que aconteceu com o Chiado, em 1988 (Portugal), e Cidade Velha, no município de Ribeira Grande de Santiago (Cabo Verde).

Não obstante, estas propostas não serem “vinculativas”, a seu ver, são “valiosas”, sobretudo numa altura em que o dossiê da candidatura do ex-Campo de Concentração do Tarrafal está a ser analisado para ser submetido à UNESCO.

Por outro lado, salientou que esta segunda edição do livro destes dois tarrafalenses e apaixonados do ex-Campo de Concentração do Tarrafal se baseia numa narrativa segura e com veracidade histórica, combinando a investigação do passado com uma proposta ousada e contemporânea com projecção para o futuro.

Também em declarações à Inforpress, o autor e historiador José Soares afirmou que este livro é uma contribuição à história e ao património, de quem defende que o mesmo deve ser cada vez “mais vivo”.

“A nossa proposta é de naturais do Tarrafal e de voluntários, não é encomendada e não é vinculativa (…)”, esclareceu, admitindo que as mesmas também podem contribuir para o dossier sobre a elevação do ex-campo de concentração a património mundial da UNESCO.

Sobre as propostas de reabilitação, explicou que o foco é a recuperação dos edifícios extramuros e reabilitação de todo o complexo prisional, para que sejam dados outros usos como, por exemplo, transformar este último como posto de informação turística.

A ideia, segundo ele, é criar um espaço sustentável que gere economia local, permitindo que um turista de turismo cultural, possa ter um local para dormir numa das casas extramuros, a serem transformadas em alojamentos.

Paralelamente à apresentação do livro estiveram expostas fotografias sobre o campo de concentração, da autoria do fotojornalista António Cotrim, cuja receita das fotografias adquiridas pelo público reverte para o Centro Social 6 de Maio.

FM/HF

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