Portugal: Dino D’Santiago promete “luta justa e profunda” como membro da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial

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Portugal: Dino D’Santiago promete “luta justa e profunda” como membro da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial
04/12/24 - 03:21 pm

Lisboa, 04 Dez (Inforpress) - O luso-cabo-verdiano Claudino Pereira, conhecido no mundo da música por Dino D’Santiago, prometeu hoje uma luta justa e profunda, enquanto um dos membros da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), de Portugal.

Essa foi a promessa do artista que tomou posse esta terça-feira, 03, numa cerimónia que teve lugar na Sala dos Passos Perdidos da Assembleia da República, presidida pelo presidente do Parlamento português, José Pedro Aguiar-Branco, que além dos membros, também conferiu posse à presidente da comissão, a ex-secretária de Estado das Migrações, Isabel Rodrigues.

“Tomei posse como membro da Comissão para a Igualdade e Luta Contra a Discriminação Racial, mas não trago apenas o peso de palavras alinhadas, trago a promessa de uma luta justa, profunda, onde a razão e o coração se cruzam”, prometeu o luso-cabo-verdiano conhecido também pelo seu activismo e luta contra a discriminação racial em Portugal.

Para Dino D’Santiago, “os números, que parecem frios, são testemunhas vivas de um país por construir”, onde 16,2 por cento (%) da população “viveu a ferida da discriminação”, 82,6% “apontaram o grupo étnico como a chaga aberta”, sublinhando que “estes números não são abstrações, mas são nomes, rostos, esperanças esmagadas e vidas à espera de justiça”.

“Estou aqui não por mim, mas pela linha infinita que me trouxe até este momento, pelos que vieram antes, marcados pela luta, e pelos que virão depois, ainda sonhando com um país onde cada corpo seja pátria. Que este 03 de Dezembro seja semente, que o presente deixe de ser promessa e que a igualdade deixe de ser um eco distante, para se tornar o chão firme onde todos possam caminhar”, concluiu.

Na cerimónia desta terça-feira, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, disse que o combate ao racismo deve ser feito à luz presente e não do passado, nem a colocar portugueses contra portugueses.

“O racismo é adversário da democracia, desde logo, porque o racismo ofende o princípio da igualdade, que é tão necessário ao espírito democrático. Mas também, e sobretudo, porque o racismo é um ataque à pessoa humana. A nossa convicção democrática faz-nos reconhecer em cada pessoa, uma pessoa”, considerou.

Com uma paragem de quase um ano, a CICDR é um órgão independente, dotado de poderes de autoridade, que funciona junto da Assembleia da República, competindo-lhe aplicar o regime jurídico da prevenção, da proibição e do combate à discriminação, em razão da origem racial e étnica, cor, nacionalidade, língua, ascendência e território de origem.

A CICDR era um organismo que inicialmente funcionava na dependência do Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), extinguido com a criação da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), na sequência da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

DR/ZS

Inforpress/Fim

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