Porto Novo, 08 Fev (Inforpress) – As peixeiras na cidade do Porto Novo, Santo Antão, preferem continuar a vender o pescado nas ruas, ignorando o recente apelo da câmara, do Governo e da associação da classe para ocupar o mercado de peixe.
Conforme constatou a Inforpress, apesar do apelo dirigido à classe na semana passada pelo presidente da associação local dos pescadores, pelo presidente da câmara do Porto Novo e pelo ministro do Mar, o mercado continua de portas fechadas, 15 meses depois da sua construção.
Num encontro com os operadores de pesca, no âmbito de uma visita do ministro do Mar, Abraão Vicente, a Santo Antão, as peixeiras alegaram a falta de sinalização, ou seja, de uma placa indicativa, para justificar o facto de o mercado, que custou 21 mil contos, continuar vazio.
As peixeiras dizem que preferem ficar nas ruas onde conseguem vender mais, dando a entender que lá onde fica o mercado terão dificuldades para comercializar o produto.
O vereador da Câmara Municipal do Porto Novo pelo pelouro de Desenvolvimento Económico, Valter Silva, lembrou que o mercado de peixe é uma infra-estrutura reivindicada pelas próprias peixeiras, considerando, por isso, “incompreensível” que este espaço não esteja a ser utilizado.
Para o vereador, está-se perante “um mercado moderno, bem equipado e que dá toda a dignidade às peixeiras”, mas que, mesmo assim, estas preferem continuar a exercer a sua actividade nas ruas.
Nesse encontro, o presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Aníbal Fonseca, recordou que as peixeiras sempre pediram a construção do mercado e que “não foi nada fácil mobilizar o financiamento”, considerando que “poucos municípios em Cabo Verde têm um mercado tão moderno e bem equipado”.
Mas, mesmo assim, as peixeiras preferem ocupar as ruas que ficam nas proximidades do mercado, avançou o autarca, exortando os consumidores a prescindir de comprar o pescado nas ruas a bem da saúde pública.
O presidente da Associação dos Pescadores do Porto Novo, Atlermiro Neves, por seu lado, apelou às peixeiras para ocuparem o mercado, conferindo, assim, “maior dignidade” à sua actividade profissional e garantindo aos consumidores “um produto seguro”.
O mercado de peixe, com 28 bancas e equipamentos de frio, inaugurado em Setembro de 2022, foi co-financiado pela Cooperação Luxemburguesa e pelo Ministério do Mar.
JM/AA
Inforpress/Fim
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