Porto Novo, 28 Fev (Inforpress) – Os jovens agricultores da Casa de Meio, Porto Novo, Santo Antão, manifestaram hoje a esperança de que o projecto Estratégias Agroecológicas para uma Agricultura Resiliente na África Ocidental (CIRAWA) ajude a combater os mil pés.
O presidente da Associação dos Jovens Agricultores da Casa de Meio, David Fonseca, que falava aos jornalistas na abertura do encontro dos parceiros do projecto CIRAWA, que acontece em Santo Antão, realçou o facto deste mesmo projecto privilegiar a investigação.
Conforme este responsável, trata-se de um projecto que privilegia a investigação, esperando, por isso, que o CIRAWA ajude os agricultores a ultrapassar as dificuldades que têm vindo a enfrentar decorrentes das mudanças climáticas, mas também com relação às pragas.
Os agricultores têm estado preocupados, sobretudo, com a praga dos mil pés, avançou David Fonseca, para quem os lavradores em Santo Antão têm vindo “a sofrer bastante” com esta praga, esperando que no quadro da implementação do projecto CIRAWA seja encontrado, através da investigação, formas de combater esta praga.
“Temos estado a sofrer bastante com a praga dos mil pés e esperamos que o projecto nos ajude a ultrapassar este problema”, sublinhou este jovem agricultor.
Uma outra questão que preocupa os jovens agricultores da Casa de Meio tem a ver com a aridez dos solos, um desafio que se coloca com maior acuidade no município do Porto Novo.
Neste aspecto, o líder dos jovens agricultores tem também a esperança de que o projecto ajude a classe a “driblar” este problema.
Em Santo Antão, o projecto CIRAWA, lançado há um ano, tem estado a trabalhar com a Associação dos Jovens Agricultores da Casa de Meio e com a Associação das Mulheres do Planalto Leste (Amupal).
A Amupal, segundo a sua presidente, Josefa Sousa, tem “muita expectativa” em relação ao projecto CIRAWA, que procura transmitir aos agricultores técnicas agroecológicas para contornar a escassez de água derivada da seca e de outros problemas resultantes das mudanças climáticas.
No Planalto Leste, onde se pratica uma agricultura de sequeiro, os agricultores têm enfrentado muitas dificuldades no exercício da sua actividade, adianta Josefa Sousa, realçando os ganhos que os camponeses locais têm tido com a implementação deste e de outros projectos, que visam atenuar os efeitos das mudanças climáticas.
O projecto CIRAWA, que envolve 14 parceiros distribuídos por dez países africanos e europeus, está a trabalhar com pequenos agricultores na África Ocidental para melhorar a dieta alimentar, os meios de subsistência e a saúde dos ecossistemas.
O projecto, que além de Santo Antão actua também na ilha do Maio, tem permitido aos agricultores desenvolverem novas práticas de base agroecológica na África Ocidental, mais precisamente em Cabo Verde, Gana, Senegal e Gâmbia.
O CIRAWA, com duração de quatro anos e coordenado pelo Centro Tecnológico CARTIF (Espanha), recebe uma subvenção total de 6,9 milhões de euros da Comissão Europeia no âmbito do Horizonte Europa, ao abrigo do programa "Abordagens agroecológicas nos sistemas agrícolas africanos".
JM/HF
Inforpress/Fim
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