Porto Novo, 23 Abr (Inforpress) – Os agricultores no município do Porto Novo dizem hoje aguardar com expectativa a implementação de medidas para atenuar os efeitos dos mil pés neste concelho, onde são cada vez mais reduzidas as zonas livres desta praga daninha.
As associações de agricultores nas diferentes localidades voltaram a alertar para a situação desta praga e pediram o aceleramento de medidas para mitigar os efeitos dos mil pés, que grassa a actividade agrícola em toda a ilha de Santo Antão desde a década dos anos 70.
Em Casa de Meio, esta praga tem condicionado a actividade agrícola, designadamente a produção de batatas, segundo a associação local dos agricultores, que diz esperar que o Governo consiga encontrar soluções para aliviar os impactos criados pelos mil pés.
O perímetro agrícola de Morro Cavalo, na Ribeira da Cruz, é a mais recente zona atingida pela praga dos mil pés no município do Porto Novo, onde a associação dos agricultores manifestou a sua preocupação com os danos que a praga está a causar, sobretudo a nível da produção de batata comum.
O presidente da Associação dos Agricultores do Morro Cavalo, José Lima, confirmou à Inforpress que um foco dos mil pés foi detectado nessa zona para a preocupação dos lavradores, que se dizem expectantes em relação à possibilidade do Governo encontrar formas para controlar a praga.
A Associação dos Agricultores de Alto Mira manifestou também a sua preocupação face a esta praga, acreditando no sucesso do plano de mitigação dos efeitos dos mil pés que o Governo diz estar a preparar.
No município do Porto Novo, apenas os vales do Tarrafal de Monte Trigo, Chã de Norte e de Martiene estão ainda livres desta praga.
Uma equipa técnica chinesa esteve, em Setembro de 2024, de visita a Santo Antão com o propósito de fazer um diagnóstico da situação dos mil pés e elaborar um plano de combate a esta praga.
A expectativa do Governo é ter, a curto prazo, a praga controlada em Santo Antão tendo em conta as condições ecológicas da ilha e a própria natureza dos mil pés.
Os mil pés surgiram em Santo Antão nos anos 70, tomando logo a proporção de uma praga que obrigou, em 1984, as autoridades a decretar um embargo aos produtos agrícolas de Santo Antão para evitar a sua propagação às outras ilhas agrícolas do arquipélago.
JM/ZS
Inforpress/Fim
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