Cidade da Praia, 11 Abr (Inforpress) – O deputado João do Carmo, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (oposição), afirmou hoje, no parlamento, que em matéria da economia marítima Cabo Verde “vai de mal a pior” apresentando várias dificuldades no sector.
João do Carmo falava no debate de questões de políticas internas e externas, sobre o tema “a economia azul como um dos principais vectores de desenvolvimento”, proposto pela UCID.
Aquele parlamentar afirmou que a Zona Económica Especial de São vicente (ZEESV), constitui um dos maiores “bluffs” do Governo do Movimento para a Democracia (MpD) e que, segundo o deputado, “infelizmente no capítulo da economia marítima, com o Governo, Cabo Verde vai de mal a pior”.
Disse que, desde 2016, o país tem deparado com uma “completa desordem” nos sectores dos transportes aéreos e marítimos, que têm tido consequências desastrosas para a economia nacional e para os cidadãos.
“A liberdade de ir e vir, circular entre as ilhas, visitar familiares e amigos, conduzir negócios e transportar produtos agrícolas sem perdas é fundamental, mas tudo isso tem sido impossível desde 2016, devido às políticas desastrosas implementadas por governantes ineptos”, frisou o deputado do PAICV.
O deputado criticou as actuações do actual ministro do Mar, alegando que em vez de focar em soluções que beneficiem o país, optou por aumentar os preços dos transportes marítimos e compensar a concessionária com quantias “exorbitantes”, aumentando o fardo sobre os ombros dos cidadãos e empresários nacionais.
Conforme referiu João do Carmo, “é crucial abordar de forma descomplexada, reconhecer as incompetências dos comandos governamentais sobre a concessão dos transportes marítimos inter-ilhas e corrigi-las, pois, é sabido e provado que estamos perante um mercado estratégico entregue a uma empresa estrangeira em um concurso cheio de irregularidades e com efeitos nefastos no presente e tende a colapsar num futuro próximo se não for tratado o mal pela raiz”.
A seu ver, a solução passa por corrigir a exclusão da participação da armadora nacional naquele processo, que de acordo com o mesmo, impôs uma empresa estrangeira sem experiência relevante, que levantou sérias suspeitas de favorecimento e as consequências “estão à vista de todos”.
“Em termos financeiros, o Governo deve defender os interesses máximos do cidadão, não meramente optar pelo aumento constante das tarifas de transporte marítimo e a concessão de mais benefícios à concessionária em detrimento dos interesses nacionais e dos cidadãos, e arrepiar caminho destas acções sintomáticas de um Governo que parece mais preocupado em agradar amigos do que em servir o povo”, declarou João do Carmo.
Segundo o mesmo, é hora de “exigir” transparência, responsabilidade e defesa dos interesses dos cabo-verdianos.
OS/HF
Inforpress/Fim
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