Cidade da Praia, 19 Mar (Inforpress) – O grupo parlamentar do MpD acusou hoje o maior partido da oposição de professar uma “ideologia hostil” ao sector privado e ao investimento, razão pela qual vai ao debate parlamentar ajudar a esclarecer os cabo-verdianos sobre esta temática.
A acusação foi feita pelo vice-presidente do grupo parlamentar do Movimento para Democracia (MpD, poder), Euclides Silva, em conferência de imprensa, para balanço das jornadas parlamentares e antevisão da sessão plenária que começa na quarta-feira, 20.
A sessão terá como ponto alto o debate com o primeiro-ministro sobre a agenda de privatização de empresas públicas no país, tema proposto pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).
Segundo afirmou o responsável, o MpD vai a este debate ajudar a esclarecer os cabo-verdianos sobre estes temas, já que, afirmou, o PAICV é um partido que desde sempre tem professado uma “ideologia hostil” ao sector privado e ao investimento.
“Pois, nunca acreditou neste modelo económico e a proposta alternativa que o PAICV tem neste quesito é um retrocesso aos anos 80 em que o Estado era quem planeava e controlava todos os sectores da actividade económica”, acusou Euclides Silva.
Conforme argumentou, o PAICV continua até então no seu “estado negacionista”, tentando uma ideologia política que “não deu certo em lado algum”, e para sustentar esta narrativa, recusa em aceitar os dados existentes que comprovam que as empresas anteriormente privatizadas são hoje “as mais sólidas em Cabo Verde”.
“Refiro-me ao sector bancário, às telecomunicações e outros que foram privatizados nos anos 90, que actualmente são os que pagam os melhores salários, e também os que mais contribuem para a geração da riqueza a nível nacional”, complementou.
Daí que, afiançou, o MpD só tem razões para estar confiante de que este é o caminho a seguir, frisando que o PAICV ao longo de 15 anos em que governou, quase que não privatizou uma empresa, pese embora gostaria, porque andou com o dossiê debaixo do braço a correr o mundo inteiro a procura de parceiros.
Para o MpD, o Estado deve sim criar condições para que os privados estejam nestes sectores de actividades, para que o Estado possa concentrar naquilo que são as funções essenciais de soberania e focar nos sectores onde os privados não têm interesse, nomeadamente na protecção social, segurança e defesa, entre outros.
“A privatização está plasmada na lei, todo o processo é altamente transparente e é essa garantia que damos”, afirmou, assegurando que não há nenhuma falta de transparência nesta matéria.
Paralelamente, consta de entre outros pontos como iniciativas legislativas a aprovação e votação da conta geral do Estado de 2021, tendo Euclides Silva assegurado que com a governação do seu partido as contas passaram a ser apreciadas e aprovadas em tempo oportuno.
“O que permite ao executivo tomar medidas para corrigir algumas anormalidades e também acatar as recomendações das autoridades competentes”, salientou, considerando que um Cabo Verde bem avaliado é uma má notícia para o PAICV, que tenta sempre criar factos para manchar o bom nome e a credibilidade do país.
ET/AA
Inforpress/Fim
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