PAICV rebate acusações do MpD e aponta retrocessos na governação do país

Sal Rei, 24 Dez (Inforpress) – O secretário-geral do PAICV reagiu hoje, na Boa Vista, às críticas do MpD, reafirmando o compromisso do seu partido com as instituições e denunciou “um cenário de retrocesso social e económico” em Cabo Verde.

Em conferência de imprensa, o secretário-geral do PAICV, Vladmir Silves Ferreira, defendeu o presidente do partido, Francisco Carvalho, e seu modelo de gestão à frente da Câmara Municipal da Praia, após o MpD ter classificado a postura do autarca como “um ataque à justiça”.

“O PAICV e o seu presidente, Francisco Carvalho, têm um compromisso firme com as instituições da República, com os valores democráticos e com a defesa intransigente dos direitos e garantias fundamentais”, afirmou o secretário-geral, sublinhando que o perfil de governação de Carvalho tem “devolvido a esperança” aos cabo-verdianos.

Vladmir Silves Ferreira centrou a sua intervenção na situação socioeconómica do arquipélago, e, segundo o mesmo, após quase uma década de governação do Movimento para a Democracia (MpD) “os sinais de declínio são evidentes”, especialmente nas ilhas mais periféricas.

“Nas ilhas como Brava, Fogo, São Nicolau e Maio, a escassez de bens básicos nas prateleiras, em plena época festiva, é reveladora da situação atada no país”, denunciou, apontando ainda os “constantes cancelamentos” nas ligações aéreas e marítimas, na própria Boa Vista, como factores que agravam o “sentimento de insularidade e abandono”.

Quanto ao sector da Justiça, tema central da crítica do MpD, o secretário-geral do PAICV defendeu a necessidade de uma reforma constitucional e legal, com o objetivo, de garantir uma “independência efectiva” dos órgãos judiciais e de regulação, assegurando que a sua actuação seja pautada pela lisura e fique “livre de qualquer suspeita de contaminação pelo jogo político”.

Questionado sobre a realização desta conferência na Boa Vista em vez da capital, Vladmir Silves Ferreira esclareceu que, embora em visita privada, a urgência de reagir às declarações do MpD e a necessidade de acompanhar de perto os problemas de infraestruturação e transportes na ilha justificaram o acto.

“Os cabo-verdianos clamam por um governo fresco, renovado e íntegro, motivado para resolver os problemas estruturais”, concluiu, apelando a uma renovação do pacto democrático no país.

Esta reação surge na sequência de declarações do secretário-geral do MpD, Agostinho Lopes, que acusou Francisco Carvalho de protagonizar “um dos maiores ataques contra o sector da justiça” ao tentar, alegadamente, obstaculizar buscas judiciais na Câmara Municipal da Praia.

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