PAICV nega existência de manual de instruções e desafia MpD a provar denúncia

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PAICV nega existência de manual de instruções e desafia MpD a provar denúncia
17/07/25 - 01:21 pm

Cidade da Praia, 17 Jul (Inforpress) – O presidente do PAICV, Francisco Carvalho, garantiu hoje que o seu partido está “sereno e tranquilo” porque “não elaborou nenhum manual de instruções” para atacar o Governo e desafiou o MpD a provar as “denúncias falsas”.

O líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) falava em conferência de imprensa, em reação às declarações do Movimento para a Democracia (MpD, poder) segundo as quais o PAICV “está a orquestrar operação digital e comunicacional de guerra suja” para aceder ao poder em 2026.

“Assistimos com grande preocupação ao apresentarem um suposto manual atribuído ao PAICV com alegadas instruções para ataques, desinformação e intimidação, o que simplesmente não existe. Tanto não existe que o que foi apresentado chega a ser infantil, se não fosse tão grave”, considerou. 

Afirmou que o documento que está a circular nas redes sociais é uma imagem de ecrã, “um texto sem autor, sem remetente, sem validação oficial, sem assinatura, sem prova e sem nada”.

“Estamos a ver em várias partes do mundo os efeitos destrutivos de atitudes como essa, que dividem, inflamam e corroem as bases da democracia. E não podemos permitir que esse mal se instale também aqui em Cabo Verde. Senhor secretário-geral do MpD, este país construiu com muito esforço uma democracia respeitada e da qual nos orgulhamos”, declarou o líder do maior partido da oposição.

Francisco Carvalho apontou como grave o conteúdo apresentado pelo MpD e acusou o mesmo de “tentativa clara de transformar essa falsidade em facto político”, criando “desconfiança, alimentando o confronto e afastando o debate dos verdadeiros problemas” que afectam o Estado de Direito.

“O cabo-verdiano está desafiado a olhar para as mentiras que vêm para o espaço público, analisar as mentiras e não as tomar logo à partida como facto. Deve ser inaceitável a circulação de um e-mail sem remetente, sem qualquer ligação oficial a um partido político. Eu defendo isto, não é somente para o PAICV, mas para todos os partidos, em Cabo Verde e em toda a parte do mundo”, acrescentou.

A mesma fonte disse estranhar o facto de o MpD não ter accionado as instâncias judiciais para apresentar queixa contra o PAICV para a verificação dos factos, acusando o mesmo de trazer para o espaço público um assunto com a “intenção de corroer a democracia” que vem sendo construída.

“Estamos tranquilos e sabemos que não vai colocar no tribunal porque o e-mail não existe. Estamos serenos e tranquilos porque sabemos que esse e-mail não existe. Estamos em paz com a nossa consciência. Aliás, atribuir a este PAICV aquele e-mail tão básico, primário, é uma grande falta de respeito, de consideração pela capacidade estratégica de planeamento deste partido”, afirmou.

Carvalho frisou ainda que, ao invés do MpD “estar a ocupar o tempo do povo e o espaço dos meios de comunicação com acusações falsas e discursos de divisão”, deveria explicar porque após tantos anos de governação do MpD, Cabo Verde ainda carece das políticas públicas mais básicas.

“O que deveríamos estar a discutir é o Cabo Verde do futuro. Um país sem miséria, com saúde pública de acesso universal e qualidade, com oportunidades reais de formação e trabalho, com garantia dos cuidados essenciais para a infância e também para os mais velhos, que são as raízes da nossa cultura, além de uma mobilidade garantida sem que a falta de infraestruturas continue a limitar o direito de ir e vir e o desenvolvimento das nossas ilhas”, criticou.

Realçou, por lado, que o PAICV está comprometido em continuar a trabalhar na defesa e consolidação da democracia cabo-verdiana e que se apresenta perante os cabo-verdianos com toda a verdade e transparência.

“É por acreditar na política como instrumento transformador que o PAICV segue firme nos seus propósitos e à leviandade, adeptos do custo do que custar, cabe-lhes provar as suas denúncias vazias para que não se banalize e não se legitime a calúnia e a difamação como ferramentas de destruição da democracia (…) O MpD é desafiado a colocar na rua as informações que tiver”, desafiou.

CM/AA

Inforpress/Fim

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