PAICV/Congresso: Rui Semedo despede-se da liderança com emoção e enaltece cinquentenário da independência

Inicio | Política
PAICV/Congresso: Rui Semedo despede-se da liderança com emoção e enaltece cinquentenário da independência
28/06/25 - 02:14 pm

Cidade da Praia, 28 Jun (Inforpress) - O presidente cessante do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) despediu-se na sexta-feira, 27, da liderança do partido com emoção, perante os militantes presentes no 18.º Congresso Nacional, que decorre até domingo, na Praia.

Visivelmente emocionado, Rui Semedo iniciou a sua intervenção agradecendo a oportunidade que lhe foi dada para, conforme disse, poder servir o seu país através “deste grande partido” que é o PAICV.

“Foi uma grande honra. Antes de tudo, foi uma oportunidade de poder saldar um pouco da minha dívida para com Cabo Verde e para com os cabo-verdianos e viver com tranquilidade a minha época, na linha do que foi dito por Amílcar Cabral. Ele teria dito: sou um simples africano que quis viver a sua época e saldar a sua dívida para com o seu povo”, parafraseou.

Enaltecendo os 50 anos da Independência de Cabo Verde, aquele político realçou que este período em que esteve na liderança do partido foi, sobretudo, um momento de aprendizagem.

“De aprendizagem com a realidade em geral. De aprendizagem com a generosidade dos militantes que deram tudo de si para o engrandecimento do partido, com as críticas que nos amadurecem, com aquela confrontação que nos endurece e nos fortalece.

Com os entendimentos e desentendimentos, com os alinhamentos e desalinhamentos, com os acertos e desacertos, com o apoio abnegado que engrandece o nosso partido”, comentou, realçando, que o próprio Congresso em si, é uma homenagem aos 50 anos do percurso de Cabo Verde.

Segundo Rui Semedo, homenagear os 50 anos da independência é, antes de tudo, “um acto de gratidão e de reconhecimento” por uma geração “grandiosa e generosa” que largou “literalmente tudo” para investir num projecto arriscado de “grandes sacrifícios”, antes incerto.

Mas, continuou, de “grandeza incomensurável” e que mudaria de “forma radical” o destino destas ilhas.

“Homenagear os 50 anos é fazer política com memória e não nos esquecermos dos sacrifícios dos combatentes da liberdade da pátria que nas matas da Guiné e em Cabo Verde, na clandestinidade, foram pedra a pedra, dor a dor, investindo na transformação da utopia em realidade”, declarou o político.

Acrescentou ainda que homenagear os 50 anos da independência é reconhecer os feitos e os protagonistas que estiveram na origem da luta que conduziria à emancipação e à independência e ao início de uma nova largada, enquanto donos soberanos dos próprios destinos de Cabo Verde.

“Não há preço que pague o direito de se ser livre, de se sentir livre e de projectar autonomamente o nosso futuro comum”, concluiu, reiterando, novamente, neste momento que se firma a sua saída da liderança do PAICV um “muito obrigado” a todos pela oportunidade que lhe foi dado para poder servir o país através deste “grande partido”.

“Temos que continuar a cumprir Cabo Verde”, finalizou.

Hoje, segundo dia dos trabalhos, será dedicado à apresentação do relatório de actividades do Conselho Nacional durante estes três anos de mandato, abordando as realizações e desafios que se colocam ao partido.

Segue-se um outro momento que é o da apresentação da moção de estratégia do novo presidente do partido, com propostas concretas para as próximas eleições de 2026, já numa perspectiva da governação do partido.

O Congresso do PAICV, o primeiro após o processo autárquico de 2025, acontece às vésperas da celebração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde.

Este considerado “importante momento político” do PAICV, reunindo 512 delegados, de todas as ilhas e da diáspora, decorre no Centro de Convenções da Uni-CV, no Palmarejo, durante três dias, devendo terminar domingo, 29.

SC/AA

Inforpress/Fim

 

Partilhar