Cidade da Praia, 24 Jun (Inforpress) – O deputado do PAICV, António Fernandes, defendeu hoje, na cidade da Praia, a necessidade de um novo modelo económico para o país, mais inclusivo e sustentável, apontando fragilidades na actual gestão.
Estas afirmações foram feitas pelo deputado eleito pelo círculo eleitoral de Santiago Norte no âmbito das jornadas parlamentares para a segunda sessão plenária de Junho, que decorrerá de quarta-feira, 25, a sexta-feira, 27, tendo como ponto alto o debate com o primeiro-ministro sobre o presente e o futuro da economia cabo-verdiana, estratégias de crescimento sustentável e inovação” apresentado pelo MpD.
António Fernandes alertou para uma gestão económica “em plano inclinado descendente”, rejeitando a apresentação do MpD sobre o presente e futuro da economia cabo-verdiana, que será debatida com o primeiro-ministro durante a sessão plenária.
O deputado frisou que apesar do crescimento económico anunciado pelo Banco Mundial, suportado essencialmente pelo turismo e pela procura de serviços, este “crescimento é falacioso”, face ao impacto real sentido pelos cabo-verdianos, marcado pela alta do custo de vida, desigualdade social e falta de criação de emprego.
António Fernandes destacou que a governação atual tem sido desaprovada por largos setores da população, citando dados do inquérito Afrosondagem que apontam até 91 % de rejeição em áreas como inflação, criação de emprego e qualidade de vida.
O deputado criticou ainda o desinvestimento em setores-chave da economia, como a agricultura e a economia azul, e apontou a ausência de uma política consistente para o financiamento e integração do setor privado, considerado fundamental para o desenvolvimento sustentável do país.
“O MpD tem feito uma rotura em relação aos investimentos importantes nos setores catalíticos para a economia do país, nomeadamente na agricultura e na pesca. Temos assistido a um desinvestimento no orçamento da agricultura ano após ano e a um desinvestimento na economia azul”, disse.
Além disso, Fernandes denunciou a “hostilização” das autarquias geridas pelo PAICV, com a colocação de presidentes, candidatos e vereadores derrotados em funções administrativas em áreas de eventual confluência com a esfera de atuação de várias autarquias que acabaram de assumir funções.
Em relação à economia verde, o parlamentar frisou que o Governo tem descontinuado um grande projeto de mobilização de água, cerca de 40 mil metros cúbicos, para a ilha de Santiago, para resolver o problema do abastecimento de água e também para a irrigação, criando depois incentivos que permitam ao empresário nacional optar pelo incentivo.
Sobre a diversificação económica, o PAICV apelou para a necessidade urgente de ampliar a base produtiva nacional para além do turismo, integrando setores como a agricultura e a pesca para garantir um crescimento mais sólido e inclusivo.
Por fim, António Fernandes reafirmou a convicção do PAICV de que “há soluções para inverter este ciclo”, apelando a uma avaliação rigorosa da governação económica até aqui, para que Cabo Verde possa alcançar um desenvolvimento económico verdadeiramente sustentável e com inclusão social.
“Seria ótimo se esse Governo conseguisse acomodar a economia numa perspetiva também para acomodar de forma massiva a criação de postos de trabalho”, concluiu.
(RECTIFICA-SE, SUBSTITUINDO O TÍTULO E O LEAD)
JBR/AA
Inforpress/Fim
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