Cidade da Praia, 06 Fev (Inforpress) – O Movimento para a Democracia (MpD - poder) considerou hoje “infundadas e injustas” as acusações do presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, de que Governo central está a “bloquear o desenvolvimento” da ilha.
Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para reagir às declarações feitas por Cláudio Mendonça, na segunda-feira, à saída de uma audiência com o Presidente da República, José Maria Neves, a deputada eleita pelo círculo da Boa Vista, Elizabete Évora, acusou o edil de "distorcer a realidade” e ignorar os “significativos esforços do executivo".
Elizabete Évora fez uma exposição detalhada das obras realizadas desde 2016 na Boa Vista para, segundo disse, mostrar o “compromisso contínuo” do Governo liderado por Ulisses Correia e Silva com a ilha.
De entre as obras apontou a execução da estrada de acesso à Povoação Velha e entrada do Rabil, falou do programa de realojamento e erradicação das barracas, incluindo requalificação e infraestruturação do bairro de Boa Esperança, da reabilitação de casas e construção de casas de banho e das reabilitações da capela, em Povoação Velha, e da antiga alfândega.
A deputada falou ainda da reabilitação e conservação do Forte Duque de Bragança, da construção de 256 casas em Sal-Rei, da transferência de 468 casas do Programa Casa para Todos para a edilidade, da instalação de uma dessalinizadora no Norte da Boa Vista com perfurações a decorrer para resolver a falta de água para a população, e também água para a agricultura, entre outras.
Elizabete Évora referiu igualmente à instalação do Centro de Emprego e Formação Profissional, a construção do bloco operatório, cuja conclusão está para breve, para depois questionar qual foi a colaboração da câmara municipal para que o processo de desenvolvimento da ilha estivesse a andar numa velocidade maior.
“Para a população da Boa Vista não é aceitável que o presidente da câmara, após três anos do seu mandato, nos últimos meses da sua estadia como presidente, venha tentar justificar o seu mau desempenho, falta de acção e de capacidade para resolver os problemas da ilha, com desculpas esfarrapadas e tentar imputar a sua responsabilidade ao Governo”, salientou.
Para a eleita do MpD, a ilha e sua população está sim a sofrer com uma câmara municipal “que não trabalha, intransparente e, acima de tudo, que falta com a verdade e a responsabilidade”.
“Uma câmara que não cumpre os seus deveres, não paga a segurança social dos seus colaboradores, pega emprestado as obras do Governo, uma câmara que tem deixado a ilha da Boa Vista ao sabor do vento”, denunciou.
No que se refere à queixa da não transferência das verbas dos fundos do Turismo e do Ambiente, Elizabete Évora sustentou que o Governo não pode simplesmente transferir verbas sem projectos e sem justificativos.
“A Câmara da Boa Vista não justificou os montantes recebidos e o Governo não podia fazer novas transferências sem justificativos”, disse adiantando que independentemente do partido que estiver na liderança a autarquia tem de prestar contas.
A deputada nega discriminação, até porque afirmou, o Governo tem trabalhado normalmente com as outras autarquias lideradas pelo PAICV (partido da oposição).
Em relação à rede de esgoto, que também foi uma das queixas do autarca Cláudio Mendonça, Elizabete Évora esclareceu que a construção da rede de esgoto de Sal Rei, como a construção a gare marítima, estrada do Norte, e construção das orlas marítimas e requalificação da bacia hidrográfica fazem parte dos compromissos assumidos pela Governo para a legislatura que termina em 2026.
MJB/CP
Inforpress/fim
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