Cidade da Praia, 18 Jul (Inforpress) – O secretário-geral do Movimento para a Democracia (MpD, poder) garantiu hoje, na cidade da Praia, ter na posse provas que sustentam as denúncias feitas contra o PAICV e que as mesmas serão apresentadas “quando e onde for necessário”.
Na passada segunda-feira, 14, Agostinho Lopes acusou o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) de orquestrar uma operação digital e comunicacional “de guerra suja” com um manual de instruções que “atentam à democracia, integridade moral dos adversários políticos e adoção de métodos extremistas” para aceder ao poder em 2026.
Na quinta-feira, 18, o presidente do PAICV, Francisco Carvalho, negou a existência do referido manual de instruções e desafiou o MpD a provar a denúncia.
Hoje, em conferência de imprensa realizada para rebater as declarações do presidente do PAICV, Agostinho Lopes reiterou a existência do documento intitulado “mobilização estratégica digital”, supostamente produzido pelo PAICV, que considera “um verdadeiro ataque à democracia” cabo-verdiana.
“MpD não deve provar nada em parte alguma, não é necessário porque evidências é por demais claro. As provas que temos estão guardadas e vamos utilizá-las quando e onde necessário. Esse combate é político e não jurídico”, ressaltou.
“O documento foi distribuído via email a todos os membros da equipa de comunicação digital do PAICV, e estamos na posse dessa correspondência. Tivemos acesso a ele através de alguém que não concorda com o seu conteúdo e que entende que se trata de uma estratégia subversiva”, afirmou o secretário-geral.
Segundo Agostinho Lopes, a própria resposta pública do presidente do PAICV às acusações é, por si só, uma “confirmação tácita” da existência do documento.
“Ele negou a autoria, mas na mesma intervenção fez uso das orientações que constam nos pontos um e dois do referido plano, que incitam ao ataque a comentadores e à criação de desconfiança contra o Governo”, apontou.
O secretário-geral do MpD sublinhou ainda que, ao reagir, o presidente do PAICV utilizou termos ofensivos dirigidos a si pessoalmente, como “infantil, leviano e mentiroso”, o que, segundo o dirigente, está em conformidade com o ponto sete do documento, que recomenda o uso massivo de frases depreciativas contra os apoiantes do MpD.
“É a confirmação clara da aplicação das orientações que denunciamos. E, ao mesmo tempo que ataca, ele faz-se de vítima, mencionando processos judiciais em curso que, segundo ele, seriam movidos pelo MpD. No entanto, esses processos existem, mas ele não responde nem comparece em tribunal”, disse.
Agostinho Lopes afirmou que o MpD não vai levar este caso ao tribunal porque para o partido se trata de um “combate político e não jurídico”, cabendo ao povo julgar os comportamentos dos actores políticos.
Mas, ressaltou que MpD está preparado para responder politicamente e, se for necessário, também judicialmente se o PAICV assim o entender.
Por fim, Agostinho Lopes apelou à defesa da democracia cabo-verdiana, que considera “uma das maiores conquistas do país” e um “activo de competitividade no plano internacional”.
TC/AA
Inforpress/Fim
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