Moscovo, 17 Out (Inforpress) – A Rússia declarou hoje que vai considerar o eventual fornecimento de mísseis Tomahawk dos Estados Unidos à Ucrânia uma “medida hostil”, avisando que tal decisão aumentará os riscos de segurança a nível global.
“A Rússia considerará esta medida, se for implementada, como hostil”, disse o director do Serviço de Informações Estrangeiro russo, Serguei Naryshkin, durante uma reunião dos chefes dos serviços secretos da Comunidade de Estados Independentes, avançou a agência de notícias russa TASS.
Naryshkin acrescentou que o envio dos mísseis “aumentará significativamente os riscos de segurança, não apenas na Europa, mas em todo o mundo”, e confirmou que o tema foi abordado na quinta-feira numa conversa telefónica entre os Presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump.
Durante essa chamada, Putin alertou que o fornecimento de Tomahawks a Kiev “prejudicará as relações bilaterais” e as perspectivas de um acordo pacífico para o conflito na Ucrânia.
O aviso russo surgiu no dia em que Trump e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reúnem na Casa Branca para discutir o eventual reforço da assistência militar norte-americana a Kiev.
Trump sugeriu esta semana a possibilidade de enviar mísseis Tomahawk - um gesto interpretado como tentativa de aumentar a pressão sobre Moscovo - embora tenha admitido também que Washington “precisa deles para garantir a segurança”.
Zelensky considerou que o fornecimento desses mísseis, com capacidade para atingir Moscovo, poderá alterar o rumo da guerra e forçar o Kremlin a aceitar negociações de paz.
Naryshkin classificou ainda como uma fantasia a aspiração da NATO de impor à Rússia uma “derrota estratégica”, afirmando que Moscovo “vai continuar a defender firmemente os seus interesses”.
Inforpress/Lusa/Fim
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