Maputo, 15 Jan (Inforpress) - O novo Presidente de Moçambique prometeu hoje livros gratuitos para os estudantes, no âmbito de um conjunto de medidas sociais que incluem unidades móveis de saúde para as áreas remotas e construção de novos hospitais.
"A Educação será o pilar central da nossa transformação, por isso livres escolares serão distribuídos em formato impresso e digital, assegurando que nenhuma criança fica sem acesso aos materiais escolares", disse Daniel Chapo, no discurso de tomada de posse, esta manhã em Maputo.
No discurso de cerca de 50 minutos, o novo chefe de Estado criticou a "revisão desnecessária e frequente dos livros escolares para enriquecer os cartéis" e defendeu a necessidade de "renovar as escolas em áreas rurais, para garantir que todos aprendem", além da "construção de escolas técnicas e profissionais".
A preocupação com a Educação e as oportunidades dos mais jovens ocupou uma boa parte do discurso do quinto Presidente de Moçambique desde a independência, em que a Saúde também teve um papel de destaque.
"Temos na Saúde um sistema fragilizado onde a falta de estruturas limita o atendimento, com os moçambicanos a perderem a vida por doenças evitáveis, falta de medicamentos ou atendimento inadequado", lamentou Daniel Chapo, prometendo: "Reequiparemos e expandiremos os centros comunitários de saúde, cada vila terá cuidados básicos de saúde, haverá unidades móveis de saúde, vamos incentivar as parcerias público-privadas para construir hospitais especializados para atender casos complexos e reduzir os tratamentos no estrangeiros".
O lançamento de "campanhas nacionais de vacinação" e a disponibilização de medicamentos essenciais são outras das medidas nesta área, que incluem ainda a "eliminação das distâncias mínimas para farmácias e postos de combustíveis, removendo os limites ao funcionamento do comércio, um passo essencial para a independência económica de Moçambique".
A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – candidato presidencial que, segundo o Conselho Constitucional, obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória – a exigirem a “reposição da verdade eleitoral", com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que já provocaram 300 mortos e mais de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
Venâncio Mondlane convocou três dias de paralisação e manifestações, desde segunda-feira, contestando a tomada de posse dos deputados eleitos à Assembleia da República e a investidura do novo Presidente da República.
Inforpress/Lusa
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