Líder da Câmara de Comércio do Sotavento insatisfeito com exclusão da agremiação da gestão da FIC (c/áudio)

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Líder da Câmara de Comércio do Sotavento insatisfeito com exclusão da agremiação da gestão da FIC (c/áudio)
12/09/25 - 12:28 pm

Cidade da Praia, 12 Set (Inforpress) – O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS) mostrou-se hoje “insatisfeito” pelo facto de a agremiação empresarial ter sido excluída do conselho de administração da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), entrando o Estado em seu lugar.

“Nós não achamos de bom-agrado e nem sequer tão pouco entendemos qual é a filosofia do Governo em integrar de novo [o conselho de administração da FIC]”, lamentou Marcos Rodrigues.

Acrescentou que o que estava a ser negociado era privatização deste certame que recebe anualmente feira de produtos nacionais e internacionais e não a reentrada do Estado na gestão da FIC.

A FIC, disse, foi durante muitos anos gerida pelas câmaras de comércio do Sotavento e do Barlavento e a Câmara do Turismo, mediante acordos assinados e, tendencialmente, a sua privatização. 

Marcos Rodrigues, que prefere falar mais detalhadamente sobre este assunto em fórum próprio, fez estas considerações à margem da apresentação, na cidade da Praia, de um projecto de Diálogo Estratégico Sectorial lançado pela instituição que dirige.

Na sua perspectiva, “não faz sentido” que o Estado entre de novo na gestão da FIC.

“O Estado tem que ser ágil, tem que cada vez mais entregar ao setor privado aquilo que é do setor privado e trabalhar com o setor privado para o desenvolvimento”, apelou Rodrigues. 

Deixou transparecer que havia uma agenda para a FIC, que vinha dos seus antecessores e que estava “muito bem alinhado”, ou seja, já havia inclusive contactos internacionais para se avançar com a construção de um “grande pavilhão”, porque, sublinhou, o actual espaço se encontra em “condições degradantes”.

“Não há condições para que os empresários nacionais e internacionais possam expor os seus produtos”, referiu Marcos Rodrigues, para quem é uma “urgência a construção de um parque com dignidade”.

O líder da maior agremiação empresarial cabo-verdiana avançou à imprensa que já havia um acordo com a Feira Internacional de Lisboa (FIL), de Portugal, assim como um entendimento com a Turquia para a construção do referido pavilhão, mas, neste momento, desconhece em que pé se encontra o projecto.

“Não sabemos se o pavilhão vai acontecer, se já há agenda, se o Estado já tomou essa gestão para resolver essa questão”, indicou Marcos Rodrigues, que promete abordar de novo, a curto prazo, o Governo sobre essa matéria.

A Câmara de Comércio do Barlavento continua a fazer parte da gestão da FIC.

Perguntado se se está diante de uma discriminação em relação à maior agremiação empresarial do país, o seu presidente respondeu: “Obviamente e vamos tentar entender. Acho que essas coisas vamos discuti-las na sede própria em tempo próprio”.

A próxima FIC vai realizar-se em Novembro, na cidade da Praia, altura em que a CCS completa 30 anos da sua criação.

Segundo Marcos Rodrigues, “já chegou a hora de se construir uma agenda própria do sector privado”, porque, salientou, este nunca esteve na agenda central do desenvolvimento do País.

“É, efetivamente, muito badalado, muito falado permanentemente por vários organismos, mas o que é certo é que não tem tido um papel preponderante ou primário na questão das agendas políticas de desenvolvimento”, lamentou, referindo-se ao sector privado. 

O Projeto de Diálogo Estratégico Setorial, lançado pela CCS, é uma iniciativa que começou pela área financeira e visa estabelecer um espaço técnico e participativo de escuta activa, permitindo às lideranças empresariais partilhar visões, identificar constrangimentos e apresentar propostas que contribuam para o fortalecimento da agenda económica nacional.

LC/AA

Inforpress/Fim

 

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