Cidade da Praia, 17 Out (Inforpress) – O Instituto do Património Cultural (IPC) lançou hoje o “Catálogo Cimboa Património Imaterial de Cabo Verde”, um registo documental que resgata e eterniza conhecimentos ancestrais ligados à produção e execução deste instrumento tradicional cabo-verdiano, outrora ameaçado pelo esquecimento.
O acto foi presidido pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, no mesmo dia em que se encerrou o “Projecto Cimboa para o Desenvolvimento Sustentável”.
Para o governante, mais do que um simples registro documental, este catálogo é a memória viva de um processo colectivo que valoriza o fabrico artesanal, a execução musical e o papel cultural e social deste instrumento nas comunidades.
Sendo este um ano em que Cabo Verde celebra os 50 anos de independência, considerou ser especialmente simbólico também celebrar a Cimboa e os seus mestres anciãos.
“Este instrumento acompanhou o percurso histórico e identitário do país. A Cimboa, outrora ameaçada pelo esquecimento, resistiu ao tempo graças à memória dos mestres anciãos que asseguraram a sua transmissão dentro das suas famílias e comunidades”, frisou.
Segundo afirmou, o catálogo reforça o compromisso de Cabo Verde com a preservação e valorização dos saberes locais e das tradições.
Augusto Veiga regozijou-se, ainda, pelo facto de, em três comunidades da Ilha de Santiago beneficiadas pelo projecto Cimboa, como São Domingos, Santa Cruz e Tarrafal, o instrumento continuar vivo e pulsante.
A seu ver, trata-se de um exemplo claro de como a cultura pode ser motor de desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que preserva a identidade e fortalece o sentido de pertença das comunidades.
“O seu encerramento não significa o fim da valorização da Cimboa”, reiterou o governante, que garantiu o compromisso institucional de manter a presença do instrumento no quotidiano cultural cabo-verdiano.
Aproveitou ainda para agradecer à União Europeia e ao Instituto Camões pelo apoio contínuo a projectos como este que, salientou, colocam a cultura cabo-verdiana no centro do desenvolvimento sustentável.
ET/HF
Inforpress/Fim
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