Espargos, 05 Jul (Inforpress) – Cidadãos ouvidos pela Inforpress, esta quinta-feira, no Sal, são unânimes em dizer que, nos 49 anos de Independência, o desenvolvimento de Cabo Verde é “extremamente” positivo em todos os aspectos, mas acreditam que poderia estar melhor.
Segundo os entrevistados, esta é uma data “extremamente” importante para Cabo Verde e para todos os cabo-verdianos, que há 49 anos, tiveram a oportunidade de assumir os destinos do país nas próprias mãos.
Para o escritor Júlio Rendall, 74 anos, que viveu o tempo colonial, foi uma oportunidade de Cabo Verde assumir o seu desenvolvimento e “pensar com a própria cabeça”.
“É lógico que 49 anos atrás não há comparação possível, com agora. Eu vivi o tempo colonial, cresci em Cabo Verde, na Ilha do Sal, nem água tínhamos para beber em condições, não havia liceus, era difícil estudar, o próprio abastecimento de géneros era deficiente e vivíamos muitas dificuldades durante o tempo colonial”, contou.
Para Júlio Rendall, 49 anos depois, o desenvolvimento de Cabo Verde é "extremamente positivo”, sendo certo que acredita que o país poderia estar “muito melhor”.
“Mas nós sabemos que Cabo Verde é um país pobre, não tem recursos minerais, a própria chuva não abunda, então é um trabalho gigantesco do povo cabo-verdiano e dos sucessivos governos que estiveram à frente dos destinos do país”, continuou.
Para o mesmo, Cabo Verde não pode estar a “derivar”, e apela à tomada de decisões “acertadas e exequíveis”, para não desperdiçar todo o capital que o país possui.
Rendall deixa uma mensagem de “regozijo”, por mais este aniversário de independência, sublinhando que “todos os cabo-verdianos devem estar orgulhosos do caminho percorrido, que pode não ser nada para outros países, mas é muito para quem sabe de onde veio”.
Para um outro munícipe, José Carlos, que viveu a transição de um país colonial para um país independente, é uma data que deve ser relembrada sempre, destacando que com a independência os povos deixaram de ser explorados.
“Infelizmente, a data já não é comemorada como antigamente e como realmente merece ser lembrada. Nasci muito antes do 05 de Julho, por isso tenho noção do que essa data representa para o povo cabo-verdiano e dos ganhos que adviriam a partir daí”, contou.
Já para o munícipe André Gomes, 49 anos depois da independência, muita coisa mudou, embora tenha lamentado o facto de muitos cabo-verdianos “não darem o devido valor ao 05 de Julho”.
“É de louvar, um país pequeno como Cabo Verde, decidir tomar a sua independência e assumir o rumo da sua história e permitir o seu povo viver em liberdade, com a sua própria soberania”, frisou.
Lamentou as várias fases difíceis que o país tem passado, mas não deixou de felicitar a todos por mais um aniversário da “grande conquista” dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
Nélida Maocha, a mais nova dos entrevistados, que nasceu já num país independente, também lembrou “que se hoje Cabo Verde é livre e independente, com todos os ganhos que se tem notado ao longo desses anos”, é graças àqueles que decidiram lutar em prol desse objectivo comum.
A mesma fonte reconheceu que o país tem-se desenvolvido de forma positiva, “com ganhos visíveis” nas diferentes áreas.
Os entrevistados são unânimes em que a data, 05 de Julho, Dia da Independência Nacional, tem perdido importância no seio da sociedade e apelam a todos a olharem para esta data como ums conquista importante, conseguida com “muito sangue e suor” de gerações passadas, para ter o país livre que Cabo Verde é hoje.
NA/HF
Inforpress/Fim
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