Independência/49 anos: 5 de Julho na Boa Vista marcado pelo lançamento do livro “A luta continua! Aristides Pereira 1973-1975”

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Independência/49 anos: 5 de Julho na Boa Vista marcado pelo lançamento do livro “A luta continua! Aristides Pereira 1973-1975”
05/07/24 - 09:52 pm

Sal Rei, 05 Jul (Inforpress) – O dia da Independência de Cabo Verde, na Boa Vista, foi marcado, este ano, pelo lançamento do livro da autora Ângela Coutinho, intitulado “A luta continua! Aristides Pereira 1973-1975”.

A apresentação do livro esteve a cargo do Combatente da Liberdade da Pátria e antigo presidente da Câmara Municipal da Boa Vista (CMBV), Manuel Pereira, que, enquanto sobrinho, deu um testemunho sobre Aristides Pereira, algo para ele “difícil”, mas relatou alguns fatos de uma época que considera ter sido marcada por intensa violência, dominação e arbitrariedade escravocrata, o que determinou a emergência do cabo-verdiano.

Um longo percurso que, segundo o mesmo, foi celebrizado por homens e mulheres, “patriotas”, em várias frentes e Cabo Verde tem como maior marco dessas figuras Amílcar Cabral, que pôde contar com outros notáveis compatriotas que se juntaram a ele ocupando lugares cimeiros como Aristides Maria Pereira.

Manuel Pereira classificou de “excelente” o livro e trabalho facultado pela equipa de Ângela Coutinho, fruto de uma “séria e intensa” investigação documental e aprofundadas entrevistas e um “prestável” convite ao empenho e melhor conhecimento dos homens da sua terra natal e de Cabo Verde, na espectativa de não deixar morrer e desaparecer um passado “precioso”, sendo o legado de Aristides Pereira de maior valia.

A investigadora e autora do livro, Ângela Coutinho, começou por dizer que é uma “enorme” satisfação ver a obra com a qual quiseram homenagear o primeiro Presidente, no ano do seu centenário de nascimento (2023) e dar à estampa na ilha de Aristides Pereira.

A mesma indicou que foi movida pela preocupação de se situar como cabo-verdiana e a necessidade de responder questões que a inquietaram durante anos como “Porque se engajaram nessa luta?”, concluindo, depois de muito ler e investigar que “os mais jovens precisam prestar tributo, agradecer e reconhecer o que essa geração fez”.

A autora disse que o título foi muito bem pensado e reflectido porque às vezes “esquecemos” que o “grande dirigente” do processo de Independência, Amílcar Cabral faleceu tragicamente no início de 1973 e conseguimos a Independência em 1975. Quem é que fez isso, qual foi o processo? E Aristides Pereira teve a coragem de assumir a “difícil” responsabilidade e função, com profunda dor pela morte do seu amigo e companheiro, quando ele também quase faleceu, porque a luta teve de continuar.

Para Ângela Coutinho, “A luta continua” não é um livro “político”, é sobre a actividade, é um “feliz encontro da nação global” e manifestação de reconhecimento por parte de investigadores cabo-verdianos que não viveram o período colonial, não são políticos, como a maioria dos cabo-verdianos, que não lutam pelo poder, mas que querem divulgar a história de todos, da nossa república.

Na ocasião, o presidente da CMBV, Cláudio Mendonça, falou do reconhecimento dos combatentes e afirmou que “é preciso ressaltar a figura de Aristides Pereira como activo nacional” e figura da ilha, tanto que a CMBV mandou fazer uma estatua que está prestes a ser colocado no local digno.

MGL/HF

Inforpress/Fim

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