Espargos, 16 Mar (Inforpress) - O presidente da Juventude do PAICV (JPAI), afirmou hoje que a situação laboral no país “chegou no fundo” e “nunca esteve tão grave”, com uma “enorme precariedade” laboral particularmente nas ilhas do Sal e da Boa Vista.
Fidel Cardoso de Pina, fez essa afirmação numa conferência de imprensa na ilha do Sal, convocada para falar sobre a situação laboral dos jovens depois de uma visita de quatro dias à ilha.
“A situação laboral no país, se calhar, nunca esteve tão grave, com uma enorme precariedade laboral que grassa no país particularmente nos sectores turísticos e hoteleiros, nomeadamente aqui na ilha do Sal e da Boa Vista afetando sobretudo jovens, quando continuamos a assistir à precarização do emprego”, disse.
“Estamos a falar de salários baixos, de vincos laborais precários, com uma enorme proliferação de contratos a prazo, de prestação ou até de estágios que não são estágios(...) podemos dizer que aqui no Sal há um falso ‘no stress’ e continuamos a assistir um autêntico desrespeito para com os trabalhadores”, continuou.
Segundo a mesma fonte, o Governo “não pode ser um parceiro da precariedade laboral”, mas que combata de forma eficaz essa questão que afeta a vida das pessoas.
“Esta situação da precarização não é só no sector turístico, mas afeta também, inclusive, na administração pública e o exemplo de vários professores que estão aqui na ilha do Sal é uma realidade”, declarou.
Fidel de Pina afirmou ainda que querem investimentos no país, mas com reflexo na qualidade laboral.
“Aqui no Sal é preciso medidas, desde um Juízo de trabalho nesta ilha (…) é inaceitável as pendências processuais em matéria laboral, pelo que o Governo deve tomar esta medida de política para pôr cobro a esta situação”, sustentou.
Por outro lado, o líder da juventude da JPAI considerou que é necessário que se faça uma revisão e uma actualização do quadro jurídico em matéria laboral.
Ainda sobre a situação laboral dos jovens no país, e especificamente na ilha do Sal, Fidel de Pina afirmou que o “único responsável” por esta situação é o próprio primeiro-ministro, que enquanto chefe do Governo deve assumir a responsabilidade de combater essa precariedade, lembrando que o ministro do Turismo também tem responsabilidade nesta matéria.
O presidente da JPAI disse ainda que estranha que o ministro-adjunto do primeiro-ministro para Juventude tenha estado na ilha há poucos dias e não se tenha preocupado com tal situação.
“É de lamentar esta postura do ministro, que por sinal tem a pasta da juventude sob a sua responsabilidade, e alertamos sobre esta situação, esperando que o Governo tome medidas para que se possa melhorar aquilo que é a qualidade de vida das pessoas, em especial da juventude”, finalizou.
NA/AA
Inforpress/Fim
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