Espargos, 05 Fev ((Inforpress) - O deputado nacional do PAICV (oposição) pelo círculo do Sal estranhou hoje o silêncio de governantes e direcções das escolas secundárias na ilha, face aos “graves actos” de violência executados por grupos rivais, ditos gangs, nesses agrupamentos escolares.
Démis Almeida manifestou esse sentimento em conferência de imprensa, convocada para o efeito, dada em frente ao portão de entrada da Escola Básica e Secundária Olavo Moniz, nos Espargos.
“A sociedade salense, em particular a comunidade educativa na ilha, está chocada e horrorizada com os actos de violência, que nalguns casos configuram claros crimes, registados nas escolas secundárias da ilha do Sal, nomeadamente no Olavo Moniz e Manuel António Martins”, precisou.
Preocupado com a situação de violência de grupos rivais, ditos gangs, que armados “até aos dentes”, conforme descreveu, com armas brancas desde faca, catana, serrotes, X-atos, compasso entre outros objectos cortantes, têm espelhado um “verdadeiro terror” nas escolas secundárias, particularmente no Olavo Moniz, sobretudo no período da tarde, Démis Almeida disse que a situação é “absolutamente inaceitável e intolerável”.
“E também não se pode aceitar o silêncio do Ministério da Educação, do Ministério da Administração Interna, das direcções dos agrupamentos dessas escolas e da delegação Escolar no Sal. É absolutamente inaceitável este silêncio porque os pais e encarregados de educação estão preocupados, os professores e toda a comunidade educativa”, comentou.
Perante o problema, percebe que estas entidades, em particular o Ministério da Educação, deverá vir a público anunciar que medidas estão a ser tomadas para pôr termo a esta situação, uma vez que neste momento há uma percepção de “total insegurança” no seio destas escolas.
“E é preciso que haja medidas concretas. É preciso que seja reposto o programa Escola Segura na ilha do Sal, que haja um destacamento permanente da Polícia Nacional nessas escolas, e não apenas nos momentos de entrada e de saída dos alunos”, indicou.
No seu entendimento, se não existem agentes suficientes da Polícia Nacional para garantir a segurança nas escolas do Sal, é necessário que o Ministério da Educação “cogite, seriamente” a devida cooperação na perspectiva de haver intervenção, também, da Polícia Militar (PM), e devolver o sentimento de segurança nas escolas.
“Isto para nós é importante, porque neste momento temos pais que se recusam a permitir que os seus filhos venham à escola receando o pior”, acautelou, apontando por outro lado, as debilidades estruturais do próprio edifício escolar.
“Os muros são baixos permitindo que estes gangs possam aceder ao interior das escolas pelas traseiras do estabelecimento, não há um sistema de vídeo vigilância, isto tudo agravado com uma efectiva ausência de um destacamento policial”, explicou, reiterando que é “absolutamente fundamental” que medidas extraordinárias e excepcionais” sejam tomadas na perspectiva de devolver a efectiva segurança a essas escolas.
“Permitir que haja um desmantelamento destes grupos gang, que se exerça a autoridade disciplinar. Se nós temos alunos da Escola Olavo Moniz ou Manuel António Martins que fazem parte destes gangs, é evidente que devem ser devidamente responsabilizados do ponto de vista disciplinar, para que se possa combater este fenómeno nas escolas”, concluiu.
SC/JMV
Inforpress/Fim
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