Espargos, 28 Fev (Inforpress) - Os eleitos municipais do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição) apreciaram hoje negativamente o relatório de actividades da Câmara Municipal do Sal referente ao ano económico de 2023.
A apreciação foi feita à imprensa pelo líder da bancada do PAICV, José Paixão, que considerou que o relatório, em discussão na 15ª sessão ordinária da Assembleia Municipal do mandato 2020-2024, é apenas mais uma cópia dos outros que vêm sendo apresentados.
O eleito municipal mostrou-se preocupado com os problemas da ilha, que, na sua visão, vão continuar porque "a câmara está endividada, mas, no entanto, não consta do relatório".
“É um relatório muito extenso e com frases bonitas por parte da câmara municipal, mas devemos dizer que esta câmara tem trabalhado apenas com base no amiguismo e não tem cumprido o relatório”, afirmou José Paixão, para quem a câmara “não tem sabido gerenciar o seu orçamento” e está a “delapidar” o património municipal.
Já o líder do Grupo Sociedade em Acção para Liberdade (SAL), Ravelino dos Reis, fez saber que o seu grupo não aprecia de forma negativa o relatório da câmara, mas elencou alguns aspectos que poderiam ser feitos no ano transato.
“O relatório apresenta muitos dados daquilo que foi feito, mas sentimos falta de alguns anexos para podermos entender melhor o que está no relatório", indicou.
"De modo geral denotamos os pontos positivos que tem que ser realçados e chamamos atenção apenas para as actividades previstas para a localidade de Terra Boa que tem vindo a constatar dos relatórios, mas que, entretanto, nada tem sido feito”, explicou o líder do grupo SAL.
A líder da bancada do Movimento para a Democracia (MpD-partido que gere a câmara), Luísa Fortes, por sua vez, disse que a avaliação que a sua bancada faz deste instrumento é “bastante positiva”.
“Sabemos dos condicionamentos que a câmara teve durante o ano transato, tendo iniciado o seu mandato num momento de crise imposta pela covid-19 e vai terminar com guerra, mas com tudo isso não deixou de fazer um trabalho extraordinário juntamente com a população do Sal no sentido de responder às necessidades da ilha”, justificou Luísa Fortes.
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal do Sal, Júlio Lopes, considerou que durante o ano transato “fez-se muito” em termos daquilo que eram os planos para o ano 2023 e que “não corresponde à verdade a apreciação da bancada do PAICV”.
Conforme o autarca, esta é uma câmara “intensa em termos de obra, de educação, do desporto e a nível social”.
“Esta é uma Câmara muito próxima das pessoas e, por isso, este relatório, de facto, reflecte as actividades feitas na ilha em que as pessoas fazem uma avaliação muito positiva das actividades da câmara do Sal”, explicou Júlio Lopes.
Ainda durante os trabalhos da sessão ordinária da Assembleia Municipal os eleitos levaram ainda à plenária questões que têm vindo a inquietar os munícipes, com especial atenção aos frequentes casos de violência nos liceus da ilha, perpetrados por grupos rivais.
NA/CP
Inforpress/Fim
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