Espargos, 28 Fev (Inforpress)- O deputado nacional do PAICV pelo círculo do Sal, Démis Lobo Almeida acusou hoje o Governo de continuar a apresentar respostas e soluções “inconsistentes e lacunosas” para as ligações aéreas inter-ilhas.
Démis Almeida fez essa análise em conferência de imprensa convocada na sequência do retorno da TACV às ligações inter-ilhas, seis anos e meio depois da sua saída das rotas domésticas.
No entendimento do deputado nacional e membro da Comissão Política PAICV, essa decisão surge depois de em 2017 o Governo ter “acabado com a concorrência no mercado interno e instituído um monopólio assegurado por uma operadora de capitais privados, sem qualquer contratualização das obrigações de serviço público”.
“Estas desastrosas decisões resultaram numa enorme redução da frequência e da regularidade dos voos domésticos, no aumento significativo dos custos das viagens, em cancelamentos e adiamentos frequentes de voos programados, com graves prejuízos para os cabo-verdianos e para a economia nacional, e no risco iminente de ruptura de ligações aéreas inter-ilhas”, explicou Almeida.
Conforme ainda o deputado nacional, “o Governo estende a mão à palmatória e reconhece que a sua opção de descontinuar as ligações domésticas desta transportadora nacional foi precipitada e infundada”
“Com aquela tardia mudança de posição, o Governo, também, dá razão à oposição, aos cidadãos e a todos os especialistas em aeronáutica civil, que, desde a primeira hora, alertaram para os problemas que acarretaria a retirada descuidada dos TACV nas ligações interilhas”, acrescentou.
Entretanto, Démis Almeida questiona o Governo sobre o porquê do aluguer de uma aeronave à Air Senegal, com toda a tripulação, quando afirma que “a entrada dos TACV no mercado doméstico é definitiva”.
Outra questão que a mesma fonte coloca é quanto às rotas definidas para operar a companhia de bandeira nacional.
“Este avião com tripulação da Air Senegal só vai operar de e para os aeroportos do Sal, da Praia, de São Vicente e da Boavista, pelo que fica a questão de se saber como é que as outras ilhas, designadamente São Nicolau, Maio e Fogo, serão protegidas, caso continuarem a dificuldades operacionais da Bestfly?”, questionou.
Perante esta situação, Démis Almeida concluiu afirmando que “tanto o Governo, como a TACV, e também a TICV/BestFly, devem dar todas as explicações aos cabo-verdianos, aos operadores económicos e a todos os operadores turísticos e de transportes aéreos que operam em Cabo Verde, para que saibam com o que podem contar”
“É tempo de o Governo e a maioria perderem a arrogância, saírem definitivamente da prisão discursiva em que se encontram desde 2017 e, em diálogo franco e aberto, contando com a contribuição de todos, resolverem, de uma vez por todas, os problemas dos transportes aéreos no país”, concluiu.
NA/JMV
Inforpress/Fim
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