Espargos, 13 Jul (Inforpress) – O presidente da UCID, acompanhado por deputados do partido, concluiu hoje uma visita de dois dias ao Sal e revelou um “balanço preocupante” sobre diversos sectores como turismo, ambiente, gestão municipal e condições de vida dos cidadãos.
João Santos Luís, que falava à Inforpress para o balanço da visita, sublinhou que as preocupações levantadas serão encaminhadas ao Governo e vão exigir “intervenções urgentes” em várias frentes.
“O Pontão de Santa Maria continua sendo um perigo, com livre acesso, apesar dos riscos e das perdas de vidas humanas já registradas e é preciso que o Governo assuma a sua responsabilidade nesta matéria”, sublinhou.
Ainda em Santa Maria, a questão do tratamento de águas residuais “é crítica”, conforme a mesma fonte, com a persistência de "lagoas de águas pretas" que exigem a intervenção imediata da câmara municipal e do Governo.
Na localidade de Pedra de Lume, antigas preocupações levadas ao parlamento foram reiteradas, como é o caso da promessa de um arrastadouro pelo Ministério do Mar.
“A compra de combustível para a frota pesqueira permanece um problema, com pescadores a adquirir combustível em condições de risco e a preços elevados. A unidade de produção de gelo, montada há mais de dois anos, está inoperante, um reflexo do desinteresse governamental”, explicou o presidente da UCID.
A delegação da UCID constatou ainda que “nenhum farol na ilha do Sal funciona, o que compromete a segurança da navegação”, por isso é exigida a “agilização da manutenção” por parte do Instituto Marítimo Portuário e do Governo.
A Palmeira é outra localidade que João Santos Luís disse constatar “problemas urgentes”, afirmando que o acesso à localidade continua em “péssimas condições”.
Destacou que os pescadores da Palmeira também manifestaram preocupação com a dificuldade em obter iscas entre Julho e Setembro, época ideal para a pesca, e considerou que as multas aplicadas por "qualquer movimento" para conseguir iscas são "absurdas".
A questão da renovação de documentos para imigrantes na ilha foi igualmente abordada e a UCID discorda da forma como o Governo tem exigido a renovação, criando "constrangimentos e estrangulamentos".
O presidente dos democratas cristão adiantou ainda que as moradias do programa Casa para Todos são “motivo de tristeza", com muitas delas em condições precárias, apesar de terem apenas três ou quatro anos de ocupação.
Por fim, a UCID expressou indignação com o atraso da obra de restauração da estrada de acesso a Santa Maria, orçada em cerca de dois milhões de contos, que no entender no seu presidente, pesar de haver financiamento, a obra "anda a passo de caranguejos", causando congestionamentos de trânsito e acidentes com perdas de vidas.
João Santos Luís apelou ainda à Câmara Municipal do Sal para que crie condições para o reaproveitamento de terrenos e construções inacabadas, que hoje pertencem aos bancos.
“Estas áreas, muitas delas na entrada central da cidade, estão cercadas por chapas velhas, impedindo o acesso a outros negócios e servindo de depósito de lixo. A UCID enfatiza a necessidade de dignidade para as pessoas que vivem e contribuem para o desenvolvimento do Sal”, concluiu.
A visita da UCID à ilha do Sal teve como objetivo constatar as dificuldades e constrangimentos no terreno.
A delegação espera que as preocupações levantadas resultem em avanços concretos por parte da câmara municipal, do Governo e do Instituto do Turismo, para que a ilha do Sal possa ter um "desenvolvimento equilibrado e harmonioso".
NA/AA
Inforpress/Fim
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