Espargos, 19 de Jun (Inforpress) – A Cadeia Regional do Sal deu hoje um "passo significativo" no seu compromisso com a reinserção social ao inaugurar o estúdio de gravação "Chave da Liberdade".
O projecto, fruto de uma parceria com a Câmara Municipal do Sal, visa oferecer aos reclusos uma oportunidade única de desenvolver talentos musicais, promover a disciplina e incentivar o trabalho em equipa, elementos cruciais para a sua reintegração na sociedade.
O director da Cadeia Regional do Sal, Bernardino Semedo, destacou a importância da iniciativa que está em desenvolvimento desde o ano passado.
Segundo o mesmo, o estúdio de gravação é uma componente vital do projecto de reinserção social.
"É um projecto novo que vem dar vazão a outros tipos de iniciativas que ainda temos em carteira para serem desenvolvidos", explicou Semedo.
Ressaltou que muitos reclusos têm uma forte identificação com a música e o estúdio oferece um meio poderoso para expressarem esse talento.
O estúdio já está em pleno funcionamento e, de acordo com o director da cadeia, foi aprovado por artistas renomados como Hélio Batalha, o que "atesta a sua qualidade".
O projecto, que já dura mais de um ano, começou com a iniciativa "Terra Boa Banda", focada em letras de hip hop.
A evolução para um estúdio de gravação surgiu da observação de diversos talentos entre os reclusos, não apenas na música, mas também na pintura e no artesanato.
A vereadora da Cultura, Viviana Mendes, enfatizou o papel da Câmara Municipal do Sal como principal parceira na área da cultura, apoiando todas as formas de expressão artística e promovendo o intercâmbio.
Salientou que o projecto é uma forma de garantir que os reclusos tenham voz e que, ao saírem da instituição, se sintam inseridos na sociedade.
"Sabemos que os reclusos, nos seus direitos humanos, têm também direito à voz. É uma forma também de, quando saírem daqui da cadeia, sentirem-se inseridos dentro da sociedade que os vai ver lá fora", acrescentou Mendes.
A vereadora reforçou que, apesar de estarem a cumprir pena, os reclusos mantêm os seus direitos constitucionais, incluindo a liberdade de expressão e a participação cultural.
Actualmente, a cadeia de Terra Boa conta com 273 reclusos, e o objectivo principal é que todos saiam da instituição com alguma formação. Além da música, oficinas de artesanato estão em andamento, com a expectativa de envolver entre 100 a 120 reclusos.
O projecto "Chave da Liberdade" e as demais iniciativas buscam diminuir o estigma social associado à prisão, capacitando os reclusos para uma nova vida fora do sistema prisional.
A ideia central, alinhada com os planos do Ministério da Justiça, é oferecer formação e capacitação para que os indivíduos se possam reintegrar plenamente na sociedade.
NA/HF
Inforpress/Fim
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