Ilha do Sal: “Cabo Verde não tem poupado esforços no sentido de investir e equipar a FIR do Sal” - ministro

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Ilha do Sal: “Cabo Verde não tem poupado esforços no sentido de investir e equipar a FIR do Sal” - ministro
21/02/25 - 05:23 pm

Santa Maria, 21 Fev (Inforpress) – O ministro dos Transportes e Turismo, José Luís Sá Nogueira, afirmou hoje no Sal que Cabo Verde não tem poupado esforços no sentido de investir e equipar a FIR Oceânica do Sal com equipamentos cada vez mais modernos.

José Luís Sá Nogueira fez essa afirmação durante a abertura do seminário “FIR Oceânica do Sal: 45 Anos de Apoio à Navegação Aérea e ao Desenvolvimento de Cabo Verde” destacando que foi em 1980 que o Governo de Cabo Verde, através do decreto-lei 10/80, estabeleceu a região de voo oceânica do Sal, um “feito histórico” para a aviação civil cabo-verdiana.

“Delimitada a norte pela FIR Oceânica das Canárias e a sul pela FIR Oceânica do Senegal, com 1,2 milhões de quilómetros quadrados de área, a FIR Oceânica do Sal tem sido um caso de sucesso e 45 anos depois do estabelecimento da FIR Oceânica do Sal, esta constitui um activo importante para o crescimento da economia nacional”, sublinhou.

Destacou que não pode esquecer que a ASA, que completa este ano o seu 41º aniversário, “foi e tem sido um instrumento por excelência” na gestão e controlo da FIR Oceânica.

“O novo sistema de gestão de tráfego aéreo, implementado pela ASA, está preparado para fornecer um serviço de alta qualidade, com novas tecnologias que permitem maior automação, digitalização e flexibilidade, aumentando a resiliência e o desempenho operacional dos serviços, respondendo às exigências do mercado”, continuou.

Lembrou que a FIR Oceânica do SAL teve em 2024  mais de 59 mil sobrevoo na sua área de geo-dependência, ultrapassando o nível de 2019.

“Isto gerou uma receita em mais de três milhões de contos, praticamente a mesma atingida em 2019, uma receita que tem contribuído para financiar as nossas entidades de aeronáutica civil e para o desenvolvimento económico do país”, sustentou.

Concluiu afirmando que com a concessão dos aeroportos, a ASA passa a dedicar-se essencialmente na gestão do espaço aéreo e da navegação aérea, procurando investir cada vez mais no sistema de comunicação, que lhe permita aumentar a sua capacidade de cobertura e de gestão da FIR Oceânica.

Por sua vez o presidente do conselho de administração da Agência de Aviação Civil, Mário Gomes, considerou que a FIR Oceânica do Sal tem sido um “pilar essencial” para o país, posicionando Cabo Verde como um elo vital entre os continentes e facilitando a gestão de tráfego aéreo entre a Europa, a África e as Américas.

“Desde a sua criação, a FIR Oceânica do Sal tem-se destacado como um modelo de excelência na aviação aérea, exigindo, por conseguinte, uma colaboração estreita com os órgãos internacionais e regionais, por forma a garantir que o nosso espaço aéreo continue seguro e eficiente”, destacou.

Neste sentido, sublinhou que a “importância estratégica” da FIR Oceânica do Sal é, portanto, indiscutível e o impacto da sua contribuição para o desenvolvimento social e económico do país também é consensual.

Na mesma linha, o presidente do conselho de administração da ASA, Moisés Monteiro, destacou que o seminário é uma “excelente” oportunidade para todos conhecerem melhor o papel da FIR Oceânica para a navegação aérea segura, eficiente, bem como para o desenvolvimento económico e social deste país.

“A FIR Oceânica do Sal, ao longo destas quatro décadas e meia consolidou-se como um corredor aéreo fundamental de conexão dos diversos continentes do Atlântico e de aproximação de culturas. (…) este espaço aéreo de mais de 1.200.000 km² não se traduz apenas em rotas aéreas para aeronaves”, disse.

“É um elemento estratégico e fundamental para o fortalecimento de laços entre nações ao contribuir para a movimentação de pessoas de forma segura entre diversos continentes através do Atlântico Médio. Desde o estabelecimento da FIR até ao presente, o tráfego aéreo vem aumentando ultimamente, atingindo em 2024 cerca de 60 mil sobrevoo”, adiantou.

Para Moisés Monteiro, isso se traduz em um número estimado de mais de 15 milhões de passageiros cruzando anualmente a FIR Oceânica do Sal, reforçando a sua relevância estratégica para o turismo mundial e nacional.

Concluiu afirmando que, “graças a investimentos contínuos em tecnologia e formação e capacitação do pessoal”, continuam a poder garantir que sobrevoar os céus continue a ser seguro apesar do incremento de tráfico.

Durante o seminário foram debatidos em painéis, a gestão estratégica da FIR Oceânica do Sal, os serviços prestados na FIR do Sal, a promoção da segurança na FIR Oceânica do Sal e o contributo da FIR Oceânica do Sal para o desenvolvimento do país.

NA/ZS

Inforpress/Fim

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