Espargos, 19 Dez (Inforpress) – A Associação Comunitária de Espargos, Esplendor, em parceria com a ENA-Produtos Hidropónicos, têm em curso um plano de intervenção social e cidadania para a redução da abstenção na ilha do Sal e em Cabo Verde.
O plano que foi apresentado pelo membro da Associação Esplendor, Alfredo Lima, denominado “Cordá Sal, Cordá Cabo Verde”, (acorda Sal, acorda Cabo Verde, em português) é um plano que surge depois das últimas eleições autárquicas no país, em que a abstenção “foi a vencedora”.
Conforme Alfredo Lima, a abstenção na ilha do Sal foi mais “gritante”, com uma taxa de abstenção de cerca de 57 por cento (%) num universo de 21.554 eleitores.
“Este plano é uma chamada de atenção para essa alta taxa, com um conjunto de actividades de intervenção social na área da educação cívica e cidadania, tendo em vista informar a sociedade por forma a que sejam mais interventivos no desenvolvimento da sociedade”, sublinhou.
A mesma fonte entende que esta “alta taxa” de abstenção é explicada pelo distanciamento entre os governantes e os cidadãos, acrescentando que falta um espaço de “diálogo constante e regular” entre o cidadão e o governante.
“O cidadão quer tomar parte nas escolhas de actividades que são é feitas na sociedade e envolvê-los na priorização daquelas actividades, por isso queremos envolver a sociedade e chamá-los à razão para dizer-lhes qual é a importância da democracia na nossa sociedade e dos valores democráticos que a nossa sociedade conquistou até agora”, continuou.
Alfredo Lima sustentou ainda que o garante a sustentabilidade da democracia, vai depender do envolvimento e do conhecimento que a sociedade tem sobre a matéria e que conforme o mesmo, na abstenção demonstra um desinteresse ou um certo afastamento.
“Nesta matéria nós propomos um estudo diagnóstico para saber exactamente quais são as razões da abstenção, a começar pela ilha do Sal, para depois saber qual o instrumento para controlar esse desinteresse e abstenção nas eleições”, sustentou.
“A partir daí, fazer uma análise da situação na Ilha de Sal e traçar um plano estratégico de acção, seleccionado uma série de actividades para desenvolver na sociedade ao longo de um ano”, continuou.
O plano tem um ano para desenvolvimento e ao longo desse ano, vai ser calendarizado visando envolver todas as camadas da sociedade civil.
Ainda de acordo com o responsável, para que o plano possa ter eficácia, o objectivo passa também por envolver todas as forças vivas da sociedade, desde instituições democráticas do país, partidos políticos, empresas locais, Organizações não Governamentais e associações.
“A Democracia é um processo irreversível, agora é trabalhar para a cidadania e neste quesito todos nós temos responsabilidade. Este projecto é apenas um pontapé de saída e está aberto a contribuições de todos que têm interesse sobre essa matéria”, frisou Alfredo Lima.
O projecto tem um cronograma de trabalho de 12 meses, com uma estimativa orçamental para a ilha do Sal de cerca de 13 mil contos, ajustável de acordo com as negociações.
“Este projecto pode ser utilizado em qualquer município do país, desde que seja devidamente adaptado e ajustado às características de cada município que, devido à especificidade de cada um, tem de ser estudado de município para município para poder resolver esse problema”, concluiu.
NA/HF
Inforpress/Fim
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