Cidade da Praia, 15 Mai (Inforpress) – O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) vai apresentar um programa nacional para apoiar a conciliação entre a vida pessoal e profissional dos homens e mulheres, anunciou hoje a presidente.
Marisa Carvalho falava hoje à imprensa, à margem do seminário sobre “Politicas activas do emprego e a questão do género” e de apresentação do estudo sobre a empregabilidade em Cabo Verde.
O estudo, que teve como base jovens que em 2023 beneficiaram das políticas activas do emprego, nomeadamente formação profissional, estágio profissional, desempregado de longa duração, programa do empreendedorismo e ensino técnico, revelou que 60 por cento (%) das meninas beneficiaram das políticas activas de emprego, mas a taxa de inserção no mercado de trabalho e o salário é maior nos rapazes.
Segundo Marisa Carvalho, os dados concluíram que as mulheres alcançaram uma “presença significativa”, não só a nível do ensino secundário, mas também universitário, mas se verifica que a entrada e permanência no mercado do trabalho “não corresponde ao desejado e não plasma esse sucesso” académico que muitas delas têm.
“Uma das principais causas, e recorrente, é a questão dos trabalhos não remunerados, portanto a carga social que ainda é imposta principalmente às mulheres com a questão dos trabalhos domésticos e questões dependentes que ainda condiciona muito a entrada e a permanência das mulheres no mercado do trabalho”, apontou.
Para além da questão dos salários, sublinhou que esse impedimento tem a ver também com as horas de trabalho remunerado, que muitas das vezes não corresponde ao desejado, e tem reflexo a nível salarial no final do mês, mas também das reformas da complementaridade salarial porque a conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional ainda aquém do desejado.
Neste sentido, avançou que a ICIEG vai apresentar “brevemente” uma proposta de um programa nacional de apoio e conciliação entre a vida pessoal e profissional de homens e mulheres de modo a reverter o quadro actual, que tem impedido mulheres de entrarem e permanecerem no mercado de trabalho.
A ideia, segundo a presidente do ICIEG, é doptar o país de estruturas, mas também apoiar na subsidiação, na formação e capacitação de profissionais que possam depois exercer esta parte dos cuidados que é necessária e que possam realmente permitir libertar os pais tanto homens como mulheres com responsabilidades pessoais para a vida profissional.
Para tal, sublinhou que o projecto requer o envolvimento de todos os sectores para trabalharem em conjunto de modo a terem medidas assertivas e coerentes em todas as áreas.
AV/AA
Inforpress/Fim
Partilhar