Cidade da Praia, 02 Fev (Inforpress) – O Governo reconheceu hoje que a batalha contra o cancro exige esforços contínuos, colaboração internacional e investimentos robustos em recursos humanos, financeiros e infraestruturais e a necessidade da criação de alojamento mais adequado para tratamento oncológico.
Em comunicado de imprensa, alusivo ao Dia Mundial do Cancro, que se assinala a 04 de Fevereiro, sob o lema "Fechar a Lacuna nos Cuidados", com o intuito de fortalecer o acesso universal aos cuidados de qualidade em todas as fases da jornada contra o cancro, o Governo destaca avanços na sensibilização e prevenção da doença.
“Em Cabo Verde, têm-se notado avanços na sensibilização e prevenção, marcados por medidas como as leis sobre álcool e tabaco, promoção da actividade física e programas de imunização contra o HPV e Hepatite B. Os dados mais recentes revelam que, em 2022, foram diagnosticados 442 novos casos de cancro em Cabo Verde, com 219 em homens e 223 em mulheres”, lê-se na nota.
Conforme indicou, o cancro de mama liderou entre as mulheres, com 69 novos casos, enquanto o cancro da próstata prevaleceu entre os homens, representando 34% dos diagnósticos, estimando-se que 18,6% da população cabo-verdiana possa desenvolver uma doença oncológica antes dos 75 anos.
Destacou as medidas implementadas a nível nacional para os pacientes em tratamento oncológico e os familiares, lembrando que os hospitais centrais do país geralmente oferecem aconselhamento psicológico, grupos de apoio e serviços de assistência social para ajudar com questões económico-sociais.
Nos últimos tempos, prosseguiu, a implementação das equipas de cuidados paliativos trouxe uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares, desempenhando um papel essencial no tratamento holístico de pacientes com cancro, garantindo que eles recebam o suporte necessário para enfrentar os desafios físicos, emocionais e espirituais associados à doença.
“Contudo, ainda são incipientes os cuidados paliativos domiciliários”, reconheceu o Governo, destacando, neste sentido, a problemática das evacuações internas para a ilha de Santiago devido a doenças oncológicas.
A mesma fonte salienta ainda que mesmo diante de uma notável melhoria na capacidade local para enfrentar a doença oncológica após a execução eficaz do Projecto ONCOCV 2018-2020, as evacuações externas continuam a persistir como uma realidade incontornável.
“Apesar dos impactos positivos observados no referido projecto, refletidos em significativos aumentos nas cirurgias e sessões de quimioterapia, ressalta-se a urgente necessidade de um alojamento mais adequado para os pacientes em tratamento”, sublinhou.
Informou, neste contexto, que para abordar essas questões, está em andamento o Projecto ONCO CV 2023-2025, que prevê a descentralização dos serviços de oncologia, capacitação profissionais de saúde, aprimoramento de infraestruturas e aquisição de alguns equipamentos essenciais para a melhoria do diagnóstico e tratamento dos cancros mais frequentes, incluindo os cuidados paliativos no Hospital Baptista de Sousa.
Destacou, por outro lado, a melhoria considerável na capacidade local no tratamento da doença oncológica, evidenciada pelo aumento de 80% nas cirurgias oncológicas e 18% nas sessões de quimioterapia após o Projecto ONCOCV e redução de 30% nas evacuações para Portugal entre 2017 e 2020, contribuindo para uma diminuição de 3% na taxa de mortalidade por cancro entre 2018 e 2020.
“Neste Dia Mundial do Cancro, o Governo reforça o apelo à ação e à solidariedade global. A batalha contra o cancro exige esforços contínuos, colaboração internacional e investimentos robustos em recursos humanos, financeiros e infraestruturais”, apelou, assegurando um futuro mais promissor para todos os cabo-verdianos impactados pelo cancro, reforçando o compromisso de não deixar ninguém para trás nesta luta crucial.
Assinala-se no sábado, dia 4 de fevereiro, o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, uma data instituída em 2000 pela União Internacional de Controlo do Cancro. Esta data tem como objectivo sensibilizar a população para esta doença, bem como melhorar a educação e promover a acção pessoal e coletiva na luta contra o cancro.
CM/JMV
Inforpress/Fim
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