Maio: Estudo aponta que 13,4% das mulheres já sofreram violência física e o machismo ainda é um problema

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Maio: Estudo aponta que 13,4% das mulheres já sofreram violência física e o machismo ainda é um problema
08/03/25 - 02:54 pm

Porto Inglês, 8 de Mar (Inforpress) – Cerca de 13,4% das mulheres do Maio admitiram já terem sofrido violência física e 13,1% violência emocional, aponta o estudo diagnóstico da situação de género na ilha, que alerta para entraves na participação das mulheres na sociedade. 

O estudo diagnóstico da situação de género na ilha do Maio destaca que apesar da “elevada proporção” de mulheres a declarar sofrer VBG, a grande maioria dos casos não são denunciados, já que há um número reduzido de denúncias nas instituições.  

O facto de a ilha possuir uma população pequena, de acordo com o estudo, potencia a existência de sentimentos de vergonha e medo de denúncia, destacando, ainda, que a dependência económica de muitas vítimas, assim como o desconhecimento de formas de violência, são motivos para o reduzido número de denúncias. 

A participação das mulheres na sociedade tem vários entraves, sendo que os mais identificados são as questões socias e os papeis de género enraizados e o machismo que ainda é um problema na ilha.

Ainda, conforme a mesma fonte, observa-se na ilha uma cultura patriarcal, em que os elementos do sexo masculino são perspetivados enquanto chefes de família, e a mulher é encarada como um elemento frágil e cujo projeto de vida depende do apoio e suporte de uma figura masculina. 

Os dados da situação diagnóstica mostram preocupação com casos de insucesso escolar entre os estudantes do sexo masculino e que corresponde a uma taxa de reprovação de 76%, acima da média nacional, mas também do uso do álcool e de outras drogas que, segundo o estudo, tem afetado maioritariamente a população masculina da ilha.

Para contornar os problemas de género identificados, a Câmara Municipal do Maio e o Programa Maio 2025 elaboraram o Plano Municipal para a Igualdade de Género (2024-2027) baseado nos eixos da educação e cidadania, saúde e Violência Baseada no Género.

O plano, segundo a vereadora pela Equidade de Género, Natalina da Cruz, visa diminuir as assimetrias de género na ilha do Maio, com a elaboração de várias atividades de sensibilização e campanhas de saúde na ilha, mas também reativação do Centro de Atendimento à Vítima.

“Além das várias atividades programadas ao longo da implementação do plano, estamos também a fazer um esforço conjunto com o ICIEG no sentido de reabrir o Centro de Atendimento à Vítima de forma a permitir ter mais dados em relação a VBG na ilha”, avançou. 

O Diagnóstico e Plano Municipal para a Igualdade de Género foi elaborado com base em estudos já existentes e através de entrevistas aplicadas às instituições com competência na matéria. 

RL/AA

Inforpress/Fim

 

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