Cabo verde e FMI alcançam acordo para quinta avaliação da Linha de Crédito Ampliada

Cidade da Praia, 26 Nov (Inforpress) –  O Governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciaram hoje terem alcançado um acordo em relação à quinta avaliação da Linha de Crédito Ampliada (ECF) e à segunda avaliação do programa de Resiliência e Sustentabilidade (RSF). 

Ao abrigo da linha de crédito, Cabo Verde recebe o correspondente a 190% da quota, equivalente a 63,3 milhões de dólares, enquanto no programa da resiliência e sustentabilidade recebe aproximadamente 31,69 milhões de dólares, 100% da quota.

As políticas necessárias à conclusão da quinta avaliação do programa incluiu um conjunto de pedidos cuja conclusão permitirá o desembolso de 5,88 milhões de dólares e a conclusão da segunda avaliação da RSF culminará no desembolso de 3,44 milhões de dólares.

Em conferência de imprensa na sede do Ministério das Finanças, o chefe de missão do FMI, Justin Tyson, avançou que economia cabo-verdiana continua a crescer e, de maneira robusta, reflectindo a retoma da actividade do turismo e o crescimento das exportações.

Em 2024, perspectivou, espera-se um desempenho económico “robusto” com projecção de 6%, baixo nível de inflação, um défice da conta corrente baixo e um nível adequado de reservas internacionais para protecção da paridade.

O desempenho de Cabo Verde no âmbito do ECF “continua a ser bom”, com todos os critérios quantitativos para o fim de Junho de 2024 “alcançados”, assim como, enfatizou, os critérios de desempenho contínuos com excepção do critério de desempenho quantitativo relativo às reservas brutas internacionais (RIB).

As RIB, elucidou, ainda cobrem a meta mínima de cinco meses de importações adoptada pelo Banco de Cabo Verde (BCV) e todas as metas indicativas e os indicadores de referência estruturais até Setembro de 2024 “foram cumpridos”.

Para Cabo Verde, prevê-se, segundo avaliação do FMI, o crescimento para a sua taxa potencial de cerca de 4,8% até 2029, com inflação abaixo de 2% em 2024 e estabilização do défice da balança corrente de 2,5% no médio prazo.

O ministro das Finanças e do Fomento Empresarial, Olavo Correio, explicou que o FMI fez uma avaliação “muito positiva” da evolução económica do País, enaltecendo que o Governo tem cumprido com todos os acordos assumidos, com um quadro macroeconómico, macro fiscal, monetário e cambial "estável e previsível”.

“Nós temos estado a conseguir que a economia cresça, em 2024, de acordo com os dados do fundo, há uma estimativa de crescimento de 6%, mas nós próximos anos crescer no limite do nosso potencial, à volta dos 5%”, disse, ressaltando um défice orçamental controlado abaixo 3% do PIB.

Conforme reforçou o governante, a dívida pública tem estado a baixar, situando-se em 105% do PIB, todavia, a meta para o próximo ano é “atingir rapidamente” a redução para 100%.

“Nós temos um nível de reservas acima dos cinco meses de importação e vamos trabalhar, o Banco Central está a tomar medidas para reforçarmos ainda mais esse nível de cobertura, reforçar a nossa posição de defesa do Peg fixo, mas também da convertibilidade escudo cabo-verdiano”, adiantou.

LT/HF

Inforpress/Fim