São Filipe, 13 Mar (Inforpress) – O roteiro “turismo sustentável” , uma das três iniciativas-piloto da Rede CPLP-MaB, vai proporcionar criação de oportunidades de emprego e a fixação das populações nos territórios das reservas, defenderam terça-feira os consultores Cristina Abreu e José Cassandra.
O roteiro “turismo sustentável” , que também vai ser experimentado a nível das Reservas da Biosfera do Fogo e do Maio, foi socializado terça-feira no II Encontro da Rede das Reservas da Biosfera na CPLP MaB que decorre desde o dia 11 na ilha do Fogo.
A consultora Cristina Abreu disse que o roteiro “turismo sustentável” para as Reservas da Biosfera da CPLP resulta de um trabalho de transferência de conhecimento de uma iniciativa que teve lugar entre 2020 e 2023 em Portugal com as 12 Reservas da Biosfera portuguesa e que neste momento está-se a fazer a transferência do conhecimento para as outras reservas da rede, adaptando e optimizando a experiência dos três anos de trabalho.
Para as comunidades das reservas este trabalho tem um impacto “muito significativo” já que a sua operacionalização passa por três níveis fundamentais sendo o primeiro relacionado com a apropriação dos roteiros por parte das entidades gestoras das organizações ligadas directa ou indirectamente à gestão do turismo em Cabo Verde, neste caso, e nos países da CPLP.
O segundo nível tem a ver com a transferência e a capacitação dos gestores e dos empreendedores da área de turismo para a utilização e a formatação desses roteiros no sentido de proporcionar uma oferta turística de acordo com os parâmetros e os princípios de desenvolvimento sustentável sem esquecer as comunidades locais e as populações.
O terceiro nível passa pela incorporação das comunidades e das populações a nível de criação de emprego justo e de qualidade, mas também a criação de oportunidades nestes territórios, que são muitas vezes pequenos e com algumas limitações, criando possibilidade para as populações poderem fixar nos territórios e contribuir para minimizar os efeitos da emigração, criação de condições de bem-estar ambiental e económico para as comunidades.
O roteiro de turismo sustentável que foi desenvolvido e aplicado para as Reservas da Biosfera da CPLP, segundo a consultora Cristina Abreu, existem vários princípios e um dos principais é alinhar este trabalho de acordo com o princípio das Nações Unidas, nomeadamente os ODS da agenda 2030 e que fixou cinco princípios, as populações, o planeta, a paz, a prosperidade e as parcerias.
“Se conseguirmos reunir e interligar e trabalhar de forma integrada estes cinco princípios nesta Rede das Reservas da Biosfera conseguiremos fazer um bom trabalho e projectar um turismo de qualidade para esses territórios e que traga mais valia e visibilidade que os países, conservando e preservando a natureza”, concluiu.
Por sua vez, o consultor José Cassandra disse que com esta iniciativa-piloto pretende-se olhar para quatro reservas da biosfera em três países, nomeadamente Cabo Verde (Reservas do Maio e Fogo), Guiné-Bissau (Reservas de Bolama e Bijagós) e S. Tomé e Príncipe (Reserva do Príncipe).
A iniciativa consiste na elaboração de um roteiro para demonstrar a parte cultural, gastronómica e patrimonial dessas reservas e a importância das mesmas enquanto destinos únicos para o turismo, valorizando esses espaços/territórios de forma a dar a entender e mostrar aos turistas e à população residente de que existe um potencial a ser explorado nessas reservas com vantagens e impacto considerável na exploração do turismo.
“Muitas vezes, olhamos para o turismo só numa perspectiva de sol e praia, mas há coisas únicas aqui na ilha do Fogo como produção do café, do vinho e de outras produções na ilha do Fogo, no Maio, na Bolama, Bijagós e no Príncipe que podemos demonstrar que são coisas com impacto e com valor acrescentado”, referiu José Cassandra, acrescentando que a Rede está a trabalhar nesta iniciativa-piloto para promover as Reservas da CPLP.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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