São Filipe, 31 Jan (Inforpress) – Os deputados do PAICV, eleitos pelo círculo eleitoral do Fogo, consideraram hoje, em conferência de imprensa, que o terminal de cargas e de passageiros do aeródromo de São Filipe “é um autêntico desprezo à população do Fogo”.
Os três parlamentares do PAICV, maior partido da oposição, Eva Ortet, Luís Pires e Clara Andrade concluíram hoje a visita ao círculo eleitoral para a preparação da primeira sessão plenária de Fevereiro tendo como preocupação maior a questão do fornecimento da energia eléctrica, os transportes aéreos e marítimos, a problemática de areia para construção, atrasos nas obras financiadas pelo governo central e atrasos e condicionamentos nas transferências dos fundos devidos aos municípios.
Com relação aos transportes aéreos, os deputados, afirmam que a ampliação do aeroporto de São Filipe continua “promessas vãs” e que o terminal de cargas e passageiros é um “autêntico desprezo” para com a população da ilha do Fogo.
Por outro lado, os deputados indicam que o número de voos é “insuficiente” para a dinâmica da ilha e que a circulação interna, o turismo e a emigração estão altamente penalizados com a situação dos transportes, aéreos e marítimos.
“Os barcos continuam irregulares, os comerciantes reclamam do preço que continua a subir, o transporte de cargas, para além de ser um grande problema, está a ficar cada vez mais caro”, referiu a porta-voz, Eva Ortet.
Durante a visita os deputados centraram a atenção nas reivindicações da população ligadas à crise energética vivida em toda a ilha, um problema que, segundo a deputada, que se arrasta desde o mês de Março de 2023 e neste momento com a avaria de cinco dos oito geradores.
“A situação continua preocupante e no momento em que a população e as empresas sofrem, a Electra surge com mais um comunicado a dizer que está tudo bem”, referiu a porta-voz dos deputados do PAICV, indicando que há falta de manutenção e uma total ausência de novos investimentos desde 2016, altura em que a ilha detinha 100% de reserva.
“É um crime o abandono dos grandes investimentos feitos em 2015 na Central Única do Fogo e na Central Fotovoltaica de Cutelo Jardim”, referiu.
Sobre a problemática de areia para a construção na ilha, defendem que é necessária uma outra atenção do Governo e o ministro do Ambiente e Agricultura precisa reanalisar o processo de Salinas para permitir uma gestão ambiental e controlada de areia, lembrando que “já é tempo de resolver definitivamente a problemática da areia na região Fogo/Brava”.
Os deputados concluíram a visita ao círculo com uma deslocação à Cadeia Regional de São Filipe, e neste estabelecimento que conta com uma população prisional de 155 reclusos, a maioria são jovens reincidentes o que demonstra uma falta de políticas de inserção social.
Segundo a porta-voz, o desemprego, o uso abusivo de álcool e de drogas, o abandono escolar, estão entre outras causas apontadas dessa reincidência.
Neste momento a ala feminina da cadeia não está a funcionar, a mesma é utilizada para reclusos do sexo masculino e as poucas reclusas que têm surgido são encaminhadas para a Cadeia Central da Praia, disse.
“As condições melhoraram substancialmente, mas é preciso fazer mais”, destacou Eva Ortet, sublinhando que pelas informações recebidas a capacidade do estabelecimento prisional é para 200 reclusos e com a conclusão das obras previstas pode albergar um total de 400 reclusos.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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