Fogo: São Tomé e Príncipe acolhe III Encontro da Rede das Reservas da Biosfera na CPLP em 2025 (c/áudio)

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Fogo: São Tomé e Príncipe acolhe III Encontro da Rede das Reservas da Biosfera na CPLP em 2025 (c/áudio)
15/03/24 - 04:30 pm

São Filipe, 15 Mar (Inforpress) – A Reserva da Biosfera do Príncipe (São Tomé e Príncipe) recebe, no próximo ano, o III Encontro da Rede das Reservas da Biosfera na CPLP integrada, neste momento, por 24 reservas de seis países da comunidade.

A decisão foi tomada no final do II Encontro da Rede das Reservas da Biosfera na CPLP, que decorreu na ilha do Fogo de 11 a 15 de Março, cuja sessão de encerramento aconteceu hoje na cidade de São Filipe.

Clayton Lino da Reserva da Mata Atlântica do Brasil, indicado pela organização para prestar declarações à comunicação social, classificou de “excelente” o segundo encontro porque, conforme explicou, foi muito produtivo e toda a pauta de finalizar o planeamento estratégico, definir a declaração e os princípios para avançar na questão da organização da rede e definir os próximos passos foram atingidos na totalidade.

Clayton Lino destacou ainda o óptimo ambiente de discussão, interacção, sinergias, intercâmbios e de amizade, aspectos que, segundo o mesmo, são fundamentais numa rede enquanto instituição horizontal que envolve, por enquanto, seis países, mas que poderá ter nove ou até dez países com a intenção de convidar outras regiões autónomas como a Galiza.

No dizer do mesmo é preciso um trabalho e projectos conjuntos e de actuação para contribuir para o programa MaB (Man and the Biosphere – O homem e a biosfera) da Unesco como um todo.

“O III encontro será realizado no próximo ano (2025) na ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, e continuamos nas ilhas e com esta sequência de conhecer as boas práticas e as soluções de problemas de cada uma das reservas da biosfera”, disse Clayton Lino.

Já o presidente da Câmara Municipal de São Filipe e da Reserva da Biosfera da ilha do Fogo, Nuías Silva, destacou a importância do encontro que extravasou “todas as expectativas”, agradecendo aos responsáveis de cada uma das reservas presentes, da Direcção Nacional do Ambiente e das organizações envolvidas no encontro.

“Estamos conscientes e disponíveis para os passos que se seguem, vamos trabalhar no próximo mês para reunir o conselho consultivo da Reserva da Biosfera da ilha do Fogo para dar conta do resultado deste encontro e para programar a preparação e a socialização dos instrumentos de gestão da reserva, plano de acção, de comunicação, logotipo da reserva e discutir a questão da governação da reserva que é importante”, disse na sessão de encerramento.

Segundo o mesmo, os melhores modelos de governança são aqueles que funcionam tendo a realidade específica, indicando que a nível da ilha está em fase experimental um modelo ad-hoc de governança que funciona e a presidência da reserva quer uma abertura do Comité MaB de Cabo Verde e o Ministério do Ambiente para dialogar na viabilização do modelo em curso.

Este modelo, salientou, tem a parte política da reserva assumida pelo presidente da câmara para garantir todas as interconexões e abrangência, mas a uma implementação através de uma organização da sociedade civil, neste caso a associação Projecto Vitó, com capacidade, tecnicidade e capacidade de mobilização de recursos para a implementação da reserva.

“A relação entre a presidência da reserva e o braço executivo, escolhido para ajudar na implementação, funciona porque o interesse maior é a implementação com sucesso da reserva, com apoio institucional máximo e implementação por aqueles que têm conhecimento para alavancar o processo”, disse Nuías Silva.

Este espera continuar a contar com o suporte da Associação Projecto Vitó para implementar o roteiro turístico, o logótipo e o selo da reserva para poder abrir um processo de certificação dos produtos do Fogo e dos espaços turísticos e a promoção e consciencialização nas escolas em relação à educação ambiental.

A representante da Reserva de Biosfera do Príncipe, Analice Mata, disse que o II Encontro foi um sucesso e de muito trabalho e acredita que todos, os que vieram e os que receberam, estão com sentimento de missão cumprida para esta fase uma vez que foram dias de muito aprendizado, de intercâmbio e troca de experiências.

O objectivo é dinamizar o trabalho do programa MaB da Unesco visando a busca do equilíbrio entre o bem-estar do homem e da natureza e o II Encontro atingiu os objectivos propostos.

Esta espera receber os representantes das reservas no próximo ano, no Príncipe, para um encontro do nível ou superior ao de São Filipe, na ilha do Fogo.

O director executivo da Associação Projecto Vitó, Herculano Dinis, disse que para a sua organização foi um desafio enorme participar da organização do II Encontro, sublinhando que durante o processo teve momento em que não acreditava, sobretudo quando houve a necessidade de adiar o encontro de Novembro de 2023 para Março de 2024, mas que graças ao empenho e persistência foi possível a sua realização e com sucesso.

Herculano Dinis desafiou o presidente da Reserva da Biosfera do Fogo a tentar, de imediato e na sequência deste evento, formalizar a estrutura de governança da Reserva da Biosfera do Fogo, sublinhando que tudo o que se tem conseguido foi de forma ad-hoc, mas demonstra que este modelo com três municípios e representação da sociedade civil e parceria com o secretariado da MaB Cabo Verde através da DNA pode ser um bom modelo.

“Já temos as peças e agora é trabalhar para a sua formalização, de forma oficial, para que a reserva continue a ser implementada com base neste modelo de governança”, disse Herculano Dinis que mostrou a disponibilidade da sua organização para contribuir para que a ilha continue a ser uma referência enquanto Reserva da Biosfera, mas também como destino para qualquer outro fim.

A secretaria da Comissão da Unesco, Carla Palavra, destacou a importância da rede e a necessidade de continuar com os trabalhos para que esta rede possa ganhar ainda mais força e materializar tudo aquilo que pretende, contribuindo para a consolidação da conservação e preservação da natureza em prol do desenvolvimento sustentável.

O secretário de Estado-adjunto da ministra da Saúde, Evandro Monteiro que devia encerrar o encontro não conseguiu deslocar-se da Praia para a ilha do Fogo e problemas técnicos inviabilizou a passagem da sua mensagem.

JR/HF

Inforpress/Fim

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