Fogo: Formação para profissionais da educação e saúde e ter dados com maior qualidade entre as recomendações da conferência sobre VBG

São Filipe, 15 Mai (Inforpress) - A formação na área da VBG para profissionais dos sectores da educação e saúde e a necessidade de ter dados com mais qualidade para permitir melhores decisões são algumas das recomendações da VI Semana de Reflexão sobre VBG.

A VI Semana de Reflexão sobre a Violência Baseada no Género (VBG), promovida pela Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género (ACLCVBG), com o alto patrocínio do Presidente da República, recomendou no capítulo de prevenção a realização de acções de sensibilização com a comunidade educativa, com as lideranças associativas e comunitárias sobre a VBG e o reforço das campanhas online de combate à VBG e cyberbullying, além da formação.

Na área da assistência à vítima, os participantes da conferência recomendaram à melhoria dos mecanismos de atendimento para maior eficácia no apoio à vítima, melhoria da articulação entre os parceiros para maior eficácia das respostas às vítimas de VBG e melhoria da coordenação entre os serviços de promoção da igualdade género e de atendimento às mulheres vítimas e os serviços de protecção às crianças para melhorar e maximizar os resultados.

No domínio da reabilitação destaca-se das recomendações a necessidade de criação de grupos de reflexão e grupos de empoderamento para trabalhar temáticas como violência no namoro, assédio sexual, violência psicológica e emocional, masculinidades positivas, direitos humanos, autoestima e autoconfiança, empoderamento feminino, além de articulação entre os parceiros e instituições no trabalho de recuperação do agressor e das vitimas.

No capítulo da cooperação e parcerias o documento com as recomendações e conclusões que serão entregues às autoridades, destaca-se a necessidade do fortalecimento das parcerias com as organizações internacionais na matéria com objectivo de se multiplicar as boas práticas em todo o território nacional.

A conferência internacional sobre a VBG teve como propósito debater o problema da VBG com todos os actores, partilhar experiências com profissionais e organizações, nacionais e internacionais, que lidam com as questões da VBG e promoção da igualdade de género e propor linhas de actuação inovadoras de combate à VBG aos parceiros e organizações promotoras da igualdade de género que atuam na ilha do Fogo.

A presidente da Assembleia Geral da ACLCVBG, Antonieta Martins, apontou, no final da conferência, que os objectivos foram alcançados, apontando como argumentos o acolhimento, a participação e a forma de estar das instituições que segundo a mesma deixaram uma esperança de que as coisas vão melhorar.

“Há toda uma boa vontade e disponibilidade de espírito para trabalhar e fazer o melhor. O exemplo do Fogo pode ser transportado para outras localidades e estamos satisfeitos com o trabalho e a experiência da ilha do Fogo”, disse.

A conferência concluiu, depois de analisar os dados, que há uma diminuição do registo das denúncias dos casos de VBG, insuficiência de meios humanos e financeiros por parte das organizações públicas e da sociedade civil que actuam na área do combate à VBG e que existe uma deficiente coordenação e articulação entre as instituições que trabalham com o combate à VBG no acompanhamento dos processos, além da necessidade de alinhamento dos planos das ONG aos planos estratégicos municipais.

JR/CP

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