São Filipe, 30 Abr (Inforpress) – O Governo contemplou dez escolas da ilha do Fogo, ou seja 389 alunos dos três municípios, com o Programa Bolsa de Acesso à Cultura para promover a inclusão, a motivação e a disciplina através da arte e da cultura.
O acto de assinatura do contrato de apoio financeiro com as escolas seleccionadas no âmbito do Programa Bolsa de Acesso à Cultura (BA-Cultura) decorreu hoje, em São Filipe, e foi presidido pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga.
Socorro Silva, que discursou em representação das escolas beneficiadas, destacou a importância do programa para o funcionamento das actividades educativas e artísticas nas instituições abrangidas.
"Da nossa parte, e em representação das escolas beneficiadas, prometemos trabalhar todos os dias para que o Programa Bolsa de Acesso à Cultura seja impactante na vida de crianças e jovens”, afirmou.
Segundo a representante, as actividades lectivas nas escolas decorrem actualmente graças à existência desta bolsa.
“Algumas das dificuldades que enfrentamos têm a ver com o financiamento, até ao momento, o único apoio financeiro que recebemos provém da Bolsa de Acesso à Cultura”, explicou, sublinhando a necessidade urgente de diversificar fontes de financiamento para dar resposta às exigências do sector educativo no município.
Silva referiu-se ainda aos desafios colocados pela dispersão geográfica das localidades em Santa Catarina do Fogo, onde o transporte de alunos para actividades culturais acarreta custos adicionais que nem sempre são suportáveis.
A falta de instrumentos musicais e equipamentos adequados para o ensino da música e do teatro é outra das carências identificadas, mas reconheceu o apoio já prestado pelo programa BA Cultura, que permitiu a entrega de diversos instrumentos.
“O nosso trabalho é levar ensino e aprendizagem de arte e cultura até as zonas mais isoladas onde há crianças com vontade de aprender e garantir que a Bolsa de Acesso à Cultura chegue a todos, independentemente das condições socioeconómicas”, acrescentou.
Por fim, Socorro Silva reforçou a ideia de que o programa permite que crianças e jovens sejam disciplinados, motivados e incluídos, e que a arte esteja presente em cada casa e em cada família.
Por seu turno, a coordenadora do programa, Indira Lima, destacou o impacto positivo do trabalho desenvolvido pelas instituições culturais e educativas em prol das comunidades.
Para esta responsável, o crescimento da cultura em Cabo Verde deve-se, em grande medida, ao empenho dos representantes locais que, diariamente, promovem actividades junto das crianças e jovens.
Realçou ainda que o programa só existe graças ao envolvimento activo das entidades beneficiárias.
“Se não existisse todo esse trabalho, todo o esforço que têm dedicado às crianças e jovens, o Programa Bolsa de Acesso à Cultura não existiria”, frisou,
Na ocasião reconheceu que o financiamento atribuído é muitas vezes simbólico face à dimensão do trabalho desenvolvido.
“Sabemos que, muitas vezes, o valor monetário é irrisório face ao esforço que têm vindo a realizar”, apontou.
O Programa Bolsa de Acesso à Cultura foi criado em 2017 e está presente em todas as ilhas, excepto no município de Ribeira Brava de São Nicolau e São Salvador do Mundo.
AV/ZS
Inforpress/Fim
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