
Cidade da Praia, 27 Nov (Inforpress) – O primeiro-ministro, Ulisses Correia Silva, afirmou hoje que a expansão do Parque Eólico de Santiago representa um “salto tecnológico decisivo” na transição energética, garantindo poupança anual de quase um milhão de contos na importação de combustíveis fósseis.
Ulisses Correia e Silva falava na inauguração da nova fase do empreendimento, um investimento de cerca de 40 milhões de euros que aumenta a capacidade instalada de 9,5 para 23 megawatts (MW), elevando a contribuição da energia eólica no consumo da ilha de 15 por cento (%) para mais de 30%.
O referido investimento, de acordo com o governante, permite garantir maior estabilidade económica, duplicar a participação das energias renováveis na ilha e reforçar a segurança e a resiliência energética do país.
“Estamos perante a concretização da parte de um extenso programa de desenvolvimento do sector eléctrico nacional, que tem diversos objectivos, um dos quais é atingirmos 100% de acesso às famílias que vivem aqui em Cabo Verde à electricidade. Estamos em 98%, portanto, faltam dois pontos percentuais e iremos atingi-lo em 2026”, declarou.
O chefe do Governo Ulisses Correia e Silva sublinhou que o projecto, que inclui, pela primeira vez em Santiago, um sistema de armazenamento de energia eólica, terá impactos económicos, sociais e ambientais significativos.
“O que procuramos é reduzir a dependência energética externa, aliviar a balança de pagamentos e criar condições reais para baixar a factura energética das famílias e das empresas”, destacou, lembrando que a unidade permitirá, igualmente, reduzir mais de 50 mil toneladas de emissões de carbono por ano.
Ainda conforme o governante, estas metas serão alcançadas graças ao reforço da produção e armazenamento de energia eólica e solar, incluindo as baterias já em fase final de instalação na Boa Vista, Sal e São Vicente, os novos parques solares em todas as ilhas, o “repowering” de Palmarejo e a futura central de bombagem hídrica da Ribeira Grande de Santiago.
Elogiou, por outro lado, a empresa Cabeólica, promotora do projecto, pela “visão e capacidade de concretização”, e saudou os financiadores pelo “compromisso firme com o desenvolvimento sustentável de Cabo Verde”, reconheceu ainda o trabalho das equipas e técnicos nacionais envolvidos na instalação.
Embora reconhecendo as contingências recentes no fornecimento de energia em Santiago, garantiu que a estabilidade do sistema está a ser recuperada e que o país continuará a reforçar a resiliência e modernização da rede, incluindo a componente de cibersegurança.
“A transição energética é um processo de longo prazo, que exige visão, paciência e reformas estruturantes. Tudo o que pudermos fazer para aumentar significativamente a penetração das renováveis, aproveitando o sol e o vento que temos em abundância, tem um retorno elevadíssimo”, afirmou.
Ulisses Correia e Silva terminou destacando que o novo parque representa “um exemplo de sucesso” e um impulso para a meta de tornar o sector energético mais competitivo, sustentável e capaz de proteger o país contra choques externos.
O projecto da expansão do Parque Eólico contribui directamente para as metas nacionais de alcançar mais de 30% de taxa de penetração de energia renovável até 2026 e 50% até 2030.
A Cabeólica é pioneira e líder nas energias renováveis em Cabo Verde, responsável pela gestão e operação dos parques eólicos das ilhas de Santiago, Sal, São Vicente e Boa Vista.
Através do seu projecto de expansão, a empresa reforça o compromisso em apoiar o país na redução da dependência energética externa, na descarbonização da economia e na promoção de um desenvolvimento sustentável.
CM/HF
Inforpress/Fim
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