Congresso científico vai ajudar no conhecimento e fortalecimento da situação epidemiológica - presidente do INSP

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Congresso científico vai ajudar no conhecimento e fortalecimento da situação epidemiológica - presidente do INSP
24/06/25 - 01:42 pm

Cidade da Praia, 24 Jun (Inforpress) – A presidente do INSP classificou hoje de “momentos importantes” os congressos científicos para o desenvolvimento da ciência e da saúde pública, visando conhecer e fortalecer a situação e a vigilância epidemiológica a nível das ilhas e do país.

Maria da Luz Lima fez esta observação em declarações à imprensa à margem do 2.º encontro científico de Epidemiologia de Campo de Cabo Verde, que acontece hoje e quarta-feira, 25, sob o lema “Epidemiologia de campo: protegendo comunidades, salvando vidas”.

“O congresso é composto por epidemiologistas logísticos de campo que trabalham no terreno a nível local cujo papel é fundamental na gestão das emergências em saúde pública, mas também na vigilância como um todo das doenças crónicas não transmissíveis e de outras situações”, disse.

A presidente do Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP)na sua declaração à imprensa afirmou que a situação epidemiológica de Cabo Verde a doenças crónicas não transmissíveis são a principal causa de mortalidade, daí apresentação de alguns trabalhos que reflectem enfermidades como hipertensão, saúde mental, doenças emergentes e reemergentes que têm foco sobretudo nas doenças infeciosas.

Neste congresso, segundo frisou, vão ser apresentados trabalhos sobre a dengue, com a classificação sobre o tempo e o lugar, as recomendações, as principais conclusões, assim como os fatores de risco determinantes da saúde que têm a ver com o alcoolismo e outros determinantes que são motivos de preocupação em saúde pública.

“O congresso está também baseado na abordagem uma só saúde, em que será apresentado temas sobre saúde animal e ambiental, sobre a vigilância ambiental, particularmente na questão da poluição do ar, mas também a nível da saúde animal, na questão da segurança sanitária dos alimentos”, referiu, salientando que as questões de saúde pública, em Cabo Verde, são desafios importantes.

Ainda segundo Maria da Luz Lima, nesta questão o país tem que desempenhar e enfrentar, visto que a formação na avaliação, na análise dos dados e na investigação do surto, que é o que o foco da epidemiologia de campo, é visto como um reforço para uma tomada da melhor decisão.

Questionada sobre temas a serem abordados no congresso, a presidente do INSP afirmou tratarem-se de estudos feitos em algumas ilhas pelos epidemiologistas de campo, referindo-se a tuberculose na ilha de Santo Antão, em que no momento do estudo, notou-se um aumento do número de casos, assim como a covid-19 e a dengue.

A intenção dos estudos é que a nível local e a nível central também sejam tomadas decisões para combater as doenças, neste caso a tuberculose, ou para reduzir o número de taxas de incidência da doença nesse conselho”, acrescentou.

Quanto ao programa de epidemiologia de campo, cujo nível básico é de treinamento, adiantou que o que se pretende é que em todas as ilhas haja, pelo menos, um epidemiologista de campo capacitado para intervir com uma avaliação tanto no sistema da saúde humana, como no sector da agricultura e ambiente.

Das epidemias que surgem no país apontou a diarreia, a gripe, a covid-19 e a dengue alertando as pessoas a cumprir com alguns hábitos importantíssimos, como a lavagem das mãos frequentemente apelando a uma reação adequada da população e do seu comportamento.

O representante do Banco Mundial, que tem financiou o projecto epidemiologia do campo, Jorge Barreto, realçou a sua satisfação pelo facto de o projeto de formação em epidemiologia de campo ter “pegado”, adiantando que tudo aponta para uma melhoria após cada sessão e cada edição.

“Este encontro científico, que eu penso que vai ser bastante proveitoso é uma oportunidade para que os colegas que participam dos cursos apresentem seus trabalhos e partilham experiências”, salientou, frisando que o Grupo Banco Mundial está “satisfeito” que esta actividade que considera “importantíssima para fortalecer as capacidades do país em matéria do Regulamento Sanitário Internacional”.

Reafirmou ainda a disponibilidade do Banco Mundial em continuar a colaborar com Cabo Verde, mais especificamente no sector da saúde, para que outras valências e outras capacidades também sejam reforçadas no âmbito da abordagem “uma só saúde”.

O 2.º congresso do EpiCV conta com a participação de diversas entidades do sector da saúde, agricultura, ambiente, justiça e de convidados da Rede Lusófona de Epidemiologistas de Campo provenientes do Brasil, Guiné-Bissau, Perú e Moçambique.

O 1.º Encontro Científico de Epidemiologia de Campo de Cabo Verde (EpiCV) aconteceu em Setembro de 2022 com o objectivo de contribuir para a construção de uma rede ativa e coesa de resposta oportuna, atempada e coordenada de vigilância.

Objectivou ainda fortalecer as capacidades básicas dos profissionais que atuam em primeira linha na resposta de campo em situações de surtos e emergências em saúde pública principalmente no contexto da abordagem “uma só saúde”.

PC/AA

Inforpress/Fim

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