Concerto "Mulheres da Lusofonia" com apoio do Camões para chegar a outros países da CPLP

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Concerto "Mulheres da Lusofonia" com apoio do Camões para chegar a outros países da CPLP
15/09/24 - 03:35 pm

Lisboa, 15 Set (Inforpress) - O concerto "Mulheres da Lusofonia", que em Maio passado se estreou em Lisboa, vai poder chegar às capitais de outros Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse hoje o embaixador do Brasil junto da CPLP.

Segundo o diplomata Juliano Nascimento, esta inicitiva, que reuniu oito cantoras de oito dos Estados-membros da CPLP num concerto no Centro Cultural de Belém, com o apoio financeiro do Fundo Especial da CPLP, neste caso integralmente com recursos do Brasil, conta agora também com a ajuda financeira do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua para chegar às "capitais de outros Estados-membros" da organização.

"Tivemos a generosa colaboração do Camões [e esta contribuição] vai permitir que a gente leve o 'show' para outras capitais nos PALOP", salientou, realçando que os locais onde chegará "dependerá um pouco da manifestação dos outros países”.

O embaixador disse que será preciso falar com a cantora brasileira Fafá de Belém, "a idealizadora desse 'show'", para perceber se o espetáculo terá o mesmo formato e músicos da edição de Lisboa, e com os outros representantes de Estados-membros da CPLP em Lisboa para saber que disponibilidades têm os seus países para acolher o evento e como podem ajudar também, de modo a que possa ser apresentado num maior número de capitais.

Sobre o valor da contribuição do Camões, o diplomata preferiu não dar números, adiantando apenas que agora há condições para realizar mais espetáculos, quando inicialmente a verba não chegava sequer para dois.

Sem adiantar valores, fonte do Camões confirmou à Lusa que foi alocada uma verba disponível de Portugal no Fundo Especial da CPLP para apoiar estes concertos.

Em maio, a cantora brasileira Fafá de Belém contou que a ideia do concerto começou a germinar em 2018, quando, a convite da portuguesa Ana Laíns, participou nas Festas do Mar, onde a conheceu pessoalmente, bem como à cantora guineense Karyna Gomes.

“A ideia é cantar a voz da mulher na língua portuguesa”, acrescentou Fafá, que coordenou o espetáulo com entrada gratuita, que surgiu no âmbito das comemorações do mês da Língua Portuguesa, em maio, e foi financiado também pelo Fundo Especial da CPLP.

Além da portuguesa Ana Laíns, da brasileira Fafá de Belém e da guineense Karyna Gomes, o projeto contou com a participação de Anabela Aya (Angola), Anastácia Carvalho (São Tomé e Príncipe), Lura (Cabo Verde), Piki Pereira (Timor-Leste) e Selma Uamusse (Moçambique).

Cada uma das cantoras interpretou dois temas do seu repertório, e homenagearam, de alguma forma, mulheres que foram muito importantes na expansão da língua portuguesa, como Amália Rodrigues e Cesária Évora.

Assim, "todas juntas, interpretamos dois temas, ‘Tanto Mar', de Chico Buarque e esse hino à mulher empoderada, que luta pela sua própria vida, ‘Maria, Maria’, de Milton Nascimento”, disse Ana Laíns, que assumiu então a curadoria e produção executiva do espetáculo, apoiado, entre outras entidades, pela Fundação Guimarães Rosa, do Brasil.

As cantoras foram acompanhadas por um ensemble composto por Paulo Loureiro (piano e orquestrações), Rolando Semedo (baixo), Carlos Lopes (acordeão), João Ferreira (percussão), Ana Filipa Serrão e José Pereira (violinos), Joana Cipriano (viola d’arco) e Catarina Gonçalves (violoncelo).

“A nossa meta é continuar, atravessar os mares”, adiantou Fafá de Belém, que projetou que aquele fosse “um espetáculo de carreira" a apresentar "noutros palcos portugueses, mas também africanos e brasileiros, onde as músicas africanas são pouco conhecidas”.

A cantora brasileira destacou o “factor pedagógico” deste concerto, em “esclarecer o povo brasileiro sobre a sua própria origem”.

Ana Laíns, por seu turno, adiantou à Lusa que já naquela altura havia "conversações a decorrer com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para levar este conceito, este projeto, a todos os países da lusofonia”.

Inforpress/Lusa

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